sexta-feira, 23 de novembro de 2018

"As motos do espaço"

Nos fins dos anos setenta e nos anos oitenta a Elf, companhia petrolífera francesa, que já estava no motociclismo como patrocinadora, resolveu subir mais um degrau e construir as suas motos.

O programa seria uma moto revolucionária e para tal foram convidar o eng. André de Cortanze, que trabalhava no projecto Renault F1, e era um apaixonado do motociclismo, para uma mota com soluções técnicas inovadoras da F1 que se podiam aplicar numa mota ... e foram dezoito as soluções que a Elf patenteou. Assim em 1978 o mundo viu aparecer a Elf X, com um motor Yamaha de 750cc refrigerado a liquido e que consistia num quadro com o motor a garantir a sua rigidez e com as suspensões ancoradas nele. O antigo "garfo"  foi substituído por um duplo
A Elf X a nú com o motor Yamaha 750cc
triângulo sobreposto com um sistema de alavancas e hastes para a direcção. Para baixar o centro de gravidade o depósito foi colocado por debaixo do motor. Discos e bombas da Lockeed e suspensões De Carbon da F1. Tudo isto era "escondido" por uma carenagem integral para que seja permitido o melhor coeficiente de penetração do ar, tudo da autoria do designer Daniel Tréma.
Levou três anos a construir e a sua evolução, difícil, pois a moto tinha um comportamento muito instável, foi entregue ao francês Michele Rougerie.
Michele  Rougerie
Em 1980 o eng. Hirimajiri que tinha estado no projecto da Honda F1, aproveitou esta base para fazer uma moto de endurance, com um novo motor Honda de 1000cc a quatro tempos e uma carenagem redesenhada, tudo isto claro com o aval da própria HRC. Este "novo" modelo passou a ser denominado de Elf E. Como pilotos foram escolhidos o italiano Walter Villa e o francês Christian Le Liard.
Elf E / Honda 1000cc

No entanto para provas de resistência a fiabilidade não era o seu melhor, comprometendo os resultados que mesmo assim eram médios, mas os avanços em relação ao modelo X foram enormes.
Elf E / Honda 1000cc a nú
Este projecto causou curiosidade ao Sr. Soichiro Honda que foi a França ver o projecto Elf e em tom de critica diz que os eng da Honda em 10 anos foram menos inovadores que "um engenheiro e um designer franceses".
Christian Le Liard
Com estas palavras do todo poderoso sr. Honda passados quatro anos e no GP de França em Castellet é apresentada a Elf 2 com um novo motor 500cc V3 com que a Honda fazia o mundial de velocidade.
Elf 2 / Honda V3 500cc
A Elf 2 agora conduzida por Ron Haslam marcou os primeiros pontos no mundial desse ano.
Ron Haslam
Em 1986 mais um grande salto qualitativo no projecto da Elf. O eng Cortanze saíu para ir abraçar o projecto do Peugeot 205 T16 de rallyes, e Serge Rosset juntou-se à equipa e com o V3 da Honda um pouco mais potente a fazer uns 120 HP, Ron Haslam com a nova Elf 3  tem a sua primeira grande vitória em Macau.
Elf 3 / Honda V3 500cc primeira vitória
Nesse mesmo ano de 1986 o designer de sempre do projecto Daniel Tréma recebe autorização para trabalhar no gabinete de designer da Honda, sendo a primeira vez que um estrangeiro entra nesse local !!!
Trio de peso: Sr. Soichiro Honda sentado na moto
André de Cortanze e Daniel Tréma (meio tapado) 

Ainda em 1986 a equipa apresenta a Elf R um protótipo feito para bater recordes e ... assim foi em Itália no anel de velocidade de Nardo bateram com vários motores Honda, seis recordes mundiais com Christian Le Liard, Eric Courly e ... Hubert Auriol.
Elf R o protótipo dos recordes mundiais

Voltando ao mundial de velocidade, em 1987 com um novo motor Honda a dois tempos  V4 foi o melhor ano da equipa no mundial 500, acabando Ron Haslan num honroso 4º lugar final na nova Elf 4.
1987 foi o melhor ano desportivo com a Elf 4

Além dos brilhantes resultados desportivos, ao nível comercial também foi muito positivo, pois a Honda comprou 13 das 18 patentes que a Elf detinha. Por exemplo os braços oscilantes que passaram a equipar os modelos  da Honda VFR, RC36 e RC46 eram patentes da Elf.
O braço oscilante de uma Honda VFR

O "sonho" estava preste a chegar ao fim e o ano de 1988 foi mesmo isso. O motor ficou menos competitivo face à concorrência, Haslan teve problemas de saúde e a nova Elf 5 acaba o mundial em 11º lugar, muito longe do esperado e do já conseguido.
Elf 5 a última versão do projecto

O projecto das "motos do espaço" fica por aqui com o cunho da Elf embora mais tarde a ROC vá recuperar o projecto mas sem êxito de realce.




    

domingo, 21 de outubro de 2018

Allez France ... allez

Foram realmente mais ou menos duas décadas de ouro dos pilotos franceses em formula 1 aquela que ocorreu entre 1966 a 1990 e que não se voltou a repetir.
Jean-Marie Balestre
Claro que as coisas não acontecem do nada, tudo tem uma razão de ser e esta hegemonia dos franceses na formula 1 é fruto de vários factores. O mais importante de todos é ... a matéria prima, isto é os pilotos, sem bons pilotos também não se ia a lado nenhum, depois uma França muito virada para o automóvel tanto comercialmente com a Renault, Peugeot e Citroen em alta no mercado, como desportivamente com três equipas muito fortes Matra, Renaut e Ligier além de equipas como a Larrousse, Martini, AGS que mandavam fazer fora os seus chassis e permitiam que pilotos franceses se iniciassem na formula 1. E por fim como não se vive sem dinheiro, todo "este mundo" girava à volta de dinheiros das grandes empresas estatais e não só como eram as gasolineiras Elf, Total, Motul os tabacos Gitanes, Gauloises que por arrasto puxavam a Marlboro Europa a apoiar pilotos franceses e por fim uma série de infraestruturas que se criaram muito por culpa da FFSA (Federação Francesa Sport Automobile) fundada em 1952 por um tal advogado de nome Jean-Marie Balestre que apoiou a construção de circuitos, de escolas de formulas que davam incentivos a quem vencesse para continuar uma carreira e claro a ajuda da Renault com as formulas de promoção assim como o seu parceiro preferido a Michelin..
Mais tarde Balestre foi presidente da FIA (Federação Internacional Automóvel) entre 1978 e 1991 precisamente nas tais duas décadas de ouro ... coincidência?
Também se conjugou o factor de ser uma época muito próspera no desporto automóvel, com muitas empresas a nível mundial a investirem e bons valores no mundo da competição aparecendo construtores privados, isto é sem pertencerem a uma marca, muito fortes muito bem equipados por vezes superiores às marcas.
Também ajudou essa revolução que foi o aparecimento em competição dos motores turbo, que deram origem à criação de mais umas marcas de propulsores bem competitivos que vinham equipar as tais equipas que iam nascendo e assim se foi criando um equilíbrio entre a maioria das equipas de F1.
Foi Maurice Trintignant que entre 1950 a 1964 se aventurou nesse mundo da F1 como piloto, dois anos mais tarde em 1952 Jean Behra juntou-se a Maurice mas infelizmente só até 1959 correram juntos pois Behra morreu num acidente em Avus-Berlim. Estavam lançado os dados, pois de 1966 para a frente até 1989 foram anos em que se iriam iniciar muitos franceses no mundo da F1 e alguns vieram para escrever com letras de ouro história mundial da F1. Ora vejamos:

Jean Pierre Beltoise 1966 a 1974 correu em Matra e BRM. Fez 88 GP conseguindo 8 pódios e 1 vitória em 1972 no GP do Mónaco com um BRM P160B.
Henri Pescarolo 1968 a 1974 correu com Matra, March, BRM e Surtees. Fez 64 GP conseguindo 1 pódio. A sua carreira seguiu nos sportscar onde conseguiu 4 vitórias em Le Mans mais tarde, quando se retirou da condução teve  a sua equipa própria nas provas de resistência.
Johny Servoz-Gavin 1967 a 1970 correu em Matra, Cooper e Tyrrell. Fez 13 GP. Quando preparava a época de 1970 teve um acidente numa prova off road que lhe provocou graves lesões num olho. Ainda começou a época para na terceira prova, o Mónaco, ao não se conseguir classificar decide abandonar as competições ao constatar que a lesão do olho não o deixava ser o piloto que tinha sido.
François Cévert 1970 a 1973 só correu em Tyrrell. Fez 47 GP conseguiu 13 pódios e uma vitória no GP dos EUA em 1971 num Tyrrel 002. Em 1970 conseguiu o 3º lugar final no Mundial. Era a grande esperança de França para uma carreira de muitos sucessos que foi abruptamente interrompida num acidente mortal no GP dos EUA em 1973. Era apontado como o sucessor de Jackie Stewart na Tyrrell e Stewart acabaria por abandonar as competições nesse ano por causa do acidente de Cévert.
Jean Pierre Jarier 1971 voltou em 1973 a 1983 correu com March, Shadow, Penske, Ligier, ATS, Lotus, Tyrrell e Osella. Fez143 GP com 3 pódios.
Patrick Depailler 1972 a 1980 correu com Tyrrell, Ligier e Alfa Romeu. Fez 95 GP com 2 vitórias e 19 pódios. A sua primeira vitória foi no Mónaco de 1978 com um Tyrrell 008. Acabaria por encontrar a morte nuns  treinos privados em Hockenheim quando se quebrou uma suspensão do Alfa Romeu.
Gérard Larrousse 1974 correu com um Brabham e fez só 2 GP. Tornou-se num dos melhores pilotos de resistência tendo ganho Le Mans por duas vezes. Mais tarde foi director de equipas não só na resistência como na F1, sendo o director da primeira equipa de F1 que a Renault teve com o inovador V6 turbo de 1500cc. Anos depois teve a sua própria equipa de F1 primeiro com carros construídos pela Lola e mais tarde chassis próprios.
Jean Pierre Jaboiulle 1974 a 1981 correu com Iso Williams, Ligier, Surtees, Tyrrell, Matra e Renault. Fez 55 GP e teve 2 pódios que foram no degrau mais alto. Primeira vitória GP França em 1979 com um Renault RS10. Esta foi uma vitória histórica na F1 pois foi a primeira com motor turbo da nova geração e Jabouille foi durante um ano o único piloto da equipa Renault nesse tal projecto V6 turbo e a ele se deve todo o desenvolvimento deste motor.
Jacques Laffite 1974 a 1986 correu com Iso Williams, Williams e Ligier. Fez 80 GP com 32 pódios e 6 vitórias sendo a primeira em 1977 no GP Suécia com o Ligier JS5.
Patrick Tambay 1977 a 1989 correu com Surtees, Theodore, McLaren,Ligier, Ferrari, Renault, Hass e Lola. Fez 123 GP com 11 pódios e 2 vitórias sendo a primeira em 1982 no GP Alemanha com um Ferrari 126 C2.
René Arnoux 1978 a 1989 correu com Martini, Surtees, Renault, Ferrari e Ligier. Fez 72 GP com 22 pódios e 3 vitórias sendo a primeira em 1980 no GP Brasil com um Renault RE20. Em 1983 foi 3º no campeonato do mundo.
Didier Pironi 1978 a 1982 correu com Tyrrell, Ligier e Ferrari. Fez 72 GP com 13 pódios e 3 vitórias sendo a primeira no GP Bélgica em 1980 com um Ligier JS11. Abandonou as competições automóvel quando em 1982 nos treinos do GP da Alemanha em Hockenheim à chuva não viu o carro da frente em marcha lenta e "entrou" pela sua traseira deixando as suas pernas num estado miserável, ao ponto de se pensar na amputação. Nunca mais teve condições físicas para guiar um F1 apesar de ter testado com a AGS. Acabaria por morrer num acidente de barco numa corrida de offshore em 1987.
Alain Prost 1980 a 1991 parou em 1992 e fez mais o ano de 1993 correu com McLaren, Renault, Ferrari e Williams. Fez 202 GP com 106 pódios e 51 vitórias sendo a primeira em 1981 no GP França com um Renault RE30. Foi por quatro vezes campeão mundial. Prost foi sem dúvida o maior expoente dos pilotos franceses. A sua história na F1 é sempre como um dos melhores do mundo de todos os tempos. Ficarão para sempre as batalhas com Ayrton Senna que foi seu colega na McLaren. Depois de abandonar enquanto piloto, mais tarde viria a ter a sua própria equipa de F1 a Prost Grand Prix onde "albergou" muitos pilotos franceses.
Philippe Alliot 1984 a 1990 correu com RAM, Ligier,Larrousse e Mclaren. Fez 116 GP.
Philippe Streiff 1984 a 1988 correu com Renault, Ligier, Tyrrell e AGS. Fez 55 GP com um pódio. Teve um grave acidente em testes depois do GP do Brasil tendo o roll-bar cedido provocando uma fractura no pescoço que pôs um fim nas corridas ficando tetraplégico.
François Hesnault 1984 a 1985 correu pela Renault,  Ligier e pela Brabham tendo feito 21 GP.
Yannick Dalmas 1987  a 1994 correu com Larrousse e AGS. Fez 49 GP. Como piloto de spotscars teve outro futuro tendo inclusivé  ganho em Le Mans por quatro vezes.

Jean Alesi 1989 a 2001 correu com Tyrrell, Ferrari, Benetton, Sauber, Prost e Jordan. Fez 202 GP com 32 pódios e uma vitória no GP do Canadá em 1995 com o Ferrari 412 T2.
Eric Bernard 1989 a 1994 correu com Larrousse, Ligier e Lotus. Fez 47 GP com um pódio.

Entraram para a formula 1 depois de 1990 pilotos como Jean Christophe Boullion, Sebastien Bourdais, Éric Comas, Olivier Panis, Jean Marc Gounon e Frank Lagorce mas que tirando Panis não consolidaram uma carreira na formula 1 deixando "cair" os tais anos de ouro de décadas anteriores.
Recordar Jules Bianchi
Mais recentemente os franceses voltaram a sonhar com os tempos de glória com o aparecimento do talentoso Jules Bianchi que com um contrato já assegurado na Ferrari, fazia a sua aprendizagem na formula 1 pela equipa da Marussia quando foi vitima de um violento acidente em Suzuka no GP do Japão de 2014 vindo a falecer tempos depois num hospital de Nice.
Romain Grojean é o piloto francês que ultimamente mais tempo se tem mantido na formula 1 mas mais recentemente  Pierre Gasly e Esteban Ocon também por lá tem andado.
Agora a grande esperança de momento para os franceses é Charles Leclerc que embora corra com bandeira do Mónaco por motivos fiscais, é nele que se apostam as fichas todas e depois de uma positiva época de 2018, Charles que é fruto da Ferrari Academy, e portanto um piloto já "agarrado" à marca do cavalinho irá disputar a época de 2019 com o Ferrari ... dos pobres a Sauber/Alfa Romeu mas que poderá dar o salto para os carros de Marenello muito em breve.
O futuro ... Charles Leclerc
Vamos aguardar, a conjuntura já não é o que era nas década de ouro, mas a FIA volta a ter um francês no seu comando (Jean Todt) e a Renault, embora sem o fulgor de outros tempos, também lá anda ... portanto falta a matéria prima ... um novo "professor" para se começar a ouvir a marselhesa nos pódios.

terça-feira, 10 de abril de 2018

Cesare Fiorio

Nascido em Turim a 26 de Maio de 1939 este italiano que se formou em Ciência Politica, nunca chegou  a "trabalhar" directamente na área da sua formação académica, embora que como director desportivo, o seu trabalho ao longo dos anos, seja preciso muita ciência e alguma (se calhar muita) política.
Quando em 1961 Fiorio corria no seu Lancia Appia Zagato e se sagrou campeão italiano velocidade na classe 1.150cc, estava longe de saber a longa e frutífera ligação que iria ter com o grupo Fiat.
Cesare Fiorio e o seu Lancia Appia Zagato em 1961
Ingressou para gerir a parte desportiva da Lancia, através do seu departamento de competição que ele criou em 1963 com a designação de HF (High Fidelity) siglas que também passaram a figurar nos modelos desportivos da marca, com os seus "elefantes vermelhos".
Com Sandro Munari no tempo dos Lancias Fluivia HF e Stratos HF
Nas diversas funções que exerceu ao longo da sua carreira no grupo Fiat, Fiorio conquistou 18 títulos mundiais.
10 títulos mundiais de rallyes sete com a Lancia (1972/4/5/6 - 1983 - 1987/8) e três com a Fiat (1977/8 - 1980).
O Lancia Stratos um dos míticos modelos da marca
que foi uma revolução nos rallyes. Fiorio junto a
 Claudio Maglioli um dos preparadores Lancia
No mundial de pilotos (rallyes) também esteve em 5 títulos, ganhos por Sandro Munari 1977, Markku Alén 1978, Walter Rohrl 1980, Juha Kankkunen 1987 e Miki Biasion 1988.
No capítulo da velocidade, e ainda na Lancia conquistou 3 títulos de no mundial de resistência.
No mundial de resistência com Michel Alboreto um dos seus pilotos
Em 1989 Cesare Fiorio foi chamado para gerir a parte desportiva da Scuderia Ferrari, tarefa sempre muito complicada devido à obrigatoriedade do "nome" Ferrari vencer o que nem sempre é possível. Esta relação com o grupo Fiat que vinha de 1963 acaba em 1991 precisamente por grandes divergências com a presidência da Ferrari. Cesare Fiorio fez um interregno na gestão desportiva para continuar a exercer, agora a "full-time" a sua outra paixão ... a motonáutica.
O bonito powerboat da Martini "rendeu" vários títulos
Fiorio correu nos powerboat sendo duas vezes campeão do mundo e seis vezes campeão europeu e ganhou 31 GP.
Além destes títulos Fiorio foi o "cérebro" do projecto montado para bater o recorde da travessia do oceano Atlântico em 1992 com o barco baptizado de "Destriero" que conseguiu em 58 horas e 34 minutos atravessar o oceano, tempo esse que até hoje ainda não foi batido.
Destriero o nome do barco que bateu recorde de travessia do Atlântico
No entanto o cheiro a borracha e alcatrão foi mais forte e Fioro foi em 1994 comandar a Ligier, que tinha sido comprada pelo seu antigo piloto na Ferrari, Alain Prost, e chamou o italiano para o ajudar nessa tarefa. Em 1995 esteve na Forti F1 até meados de 1996, Voltando à Ligier até ao fim de 1997, para estar presente na vitória de Panis no GP Mónaco.
Com Alain Prost como dono da Ligier, Fiorio foi gerir a parte desportiva
Em 1988 a Minardi foi contratar Fiorio para organizar toda a gestão da pequena equipa italiana, e onde se manteve até abandonar de vez as competições no ano de 2000.
Na Minardi foi o seu último contacto com a competição

Quando resolveu abandonar de vez a competição, Cesare Fiorio envolveu-se num projecto, em que nada estava ligado ao seu anterior mundo, pois resolveu administrar um Agro Turismo em Ceglie Messapica.
O seu Agro Turismo era uma nova paixão de Fiorio
No entanto tudo sorria na preenchida nova vida deste italiano que geria com enorme sucesso o seu Agro Turismo, que entretanto fez reviver uma velha paixão ... o ciclismo.
O seu ar feliz no Agro Turismo
Tendo-se tornado um hábito, todos os dias Fiorio fazia cerca de 30 Kms de bicicleta, até que em 3 de Maio de 2017 foi encontrado caído inconsciente e ao que se pensa ter sido acometido de uma súbita doença. Levado ao Hospital de Brendisi com prognóstico reservado. 
Cesare com Alex ou seja os Fiorio nos rallyes
Cesare Fiorio é pai de "Alex" Fiorio também ele um antigo piloto de rallyes, chegando a guiar para equipas semi-oficiais da Lancia nos tempos do seu pai ser o "boss". Quando se retirou do rallies Alex também foi director desportivo da Cibiemme a BMW Italia.
Além de Alex, Cesare tem uma filha que depois de uma carreira com sucesso na música (cantora) e quando deixou e se dedicou à fotografia tornando-se uma das fotografas mais credênciadas a nível mundial, sendo as suas foto-reportagens disputadas pelas mais prestigiadas revista. O seu nome Giogia Fiorio.
Giorgia Fiorio depois de cantora é hoje uma fotógrafa muito prestigiada