sexta-feira, 8 de julho de 2016

Renzo Pasolini

Nascido em Rimini, Itália a 18 de Julho de 1938, Renzo Pasolini foi um piloto que pela sua postura em pista e pela sua condução brilhante, deixou uma legião de fãs no motociclismo que ainda hoje passados 43 anos da sua morte, não o esquecem.
Depois de uma passagem pelo boxe, foi em 1958 que entrou no motociclismo mas como piloto de motocross. O seu pai que trabalhava na marca italiana Aermachi contribuiu para que Renzo Pasolini fosse convidado para piloto de testes da marca e daí a começar a fazer provas de velocidade, em 1962 com uma Aermachi 175cc foi um click.
Pasolini no início com a Aermachi
Os bons resultados vieram logo, e quando se conseguia duas vitórias sobre Giacomo Agostini, deixava logo em alta a moral de qualquer piloto. No entanto durante dois anos fez uma pausa nas corridas por causa de cumprir o serviço militar.
Voltou em 1964 e continuou a competir nas provas nacionais e em algumas internacionais com a Aermachi 250cc e 350cc.
Pasolini quando andava de Benelli
Aqui numa corrida de 250cc na frente de Saarinen 
Em 1965 mudou-se para a Benelli e conseguiu o 2º lugar no campeonato italiano de 250cc e o 3º lugar no de 350cc. No ano seguinte com uma Benelli 500cc começou uma série de confrontos com as Honda e as MV Agusta até 1970 quando por uma mudança de regulamentos introduzida pela FIM a Benelli ficou de fora em algumas classes, pelo que levou "Paso" como era conhecido pelos colegas, a regressar à Aermachi que se tinha fundido com a americana Harley-Davidson. Em 1971 foi um ano complicado de desenvolvimento das novas motas.
Pasolini em 1973 nos USA
Mesmo assim em 1972 Pasolini perdeu o Campeonato do Mundo de 250cc por um ponto para a Yamaha de Jarno Saarinen, e tanbém conseguiu um brilhante 3º lugar final na classe de 350cc.
1973 era um ano encarado com um enorme optimismo por Pasolini, pois as novas Harley-Davidson estavam cada vez mais competitivas e as indicações no início da época nos USA foi bastante positivo.
No entanto durante o GP Itália em Monza, disputado a 20 de Maio e depois de ter desistido na classe 350cc com problemas mecânicos, "Paso" centrou-se na prova da classe 250cc que se seguia. 
O maldito acidente de Monza
Mas como segundo consta devido a uma ruptura de motor da moto de Walter Villa em 350cc na última volta, que deixou a pista com bastante óleo, que foi de imediato corrigido pelos comissários ao longo do circuito menos no rapidíssimo "curvone" que se fazia a mais de 200 km/h. 
O corpo de Pasolini no acidente
Ducati 906 PASO
Pasolini e os outros pilotos foram todos surpreendidos pelo óleo na corrida de 250cc que provocou um dos maiores acidentes da história do motociclismo com a queda de Pasolini que vinha em primeiro e Jarno Saarinen que o seguia não o conseguiu evitar o que provocou a morte imediata dos dois pilotos, e como vinham os pilotos muito juntos, era a primeira volta, levou à queda de mais doze pilotos.
Homenagem da X-lite a Pasolini
Conforme disse no início da crónica Renzo Pasolini era um piloto muito marcante, principalmente em Itália e muito querido por todos aqueles que privavam com ele, não só colegas como os adversários e directores de equipa. 
É um exemplo disso quando os irmãos Castiglioni donos do grupo Cagiva / Ducati, marcas pelas quais Pasolini nunca correu, resolveram lançarem um modelo da Ducati em sua homenagem, a Ducati 906 PASO, assim como mais recentemente a marca de capacetes X-lite lançou uma réplica do seu capacete, apesar de Pasolini nunca ter corrido de capacete integral.
Fica a eterna pergunta:
Até onde poderia ter ido Renzo Pasolini?

sábado, 2 de julho de 2016

Nannini ... vai um café?

Alessandro Nannini nasceu em Siena a 7 de Junho de 1959, infelizmente, teve uma passagem muito rápida pela formula 1.
Nannini começou por brincadeira nos rallyes locais com um Lancia Fluvia HF e mais tarde com um Stratos.
Rallyes com Lancia
Em 1981 resolveu ver como eram os formulas e resolveu disputar o campeonato de formula italia, como não se saiu mal foi um passo para ingressar no Team Minardi e fazer durante 3 épocas F2.
Na sua passagem pela F2 com o fraco Minardi
As vitórias, essas, não apareciam pois o Minardi era um carro muito pouco competitivo.
Foi no Lancia LC2 que se confirmou a sua rapidez
No entanto a sua rapidez nunca deixou dúvidas pelo que em 1983 foi convidado pela Martini - Lancia para fazer parte da sua equipa de resistência com os Lancia LC2. Nannini manteve-se durante três anos (1983-1984-1985) na equipa a disputar o Campeonato do Mundo de Resistência onde com Patrese ou Bob Wollek ainda conseguiu duas vitórias em Monza e na África do Sul e um 6º lugar em Le Mans onde fez a volta mais rápida.
Entrada na F1 pela Minardi em 1986
Os primeiros bons resultados vieram com a Benetton
Mas o sonho de Nannini era a F1 e a Minardi fez uma proposta para ingressar na sua recém formada equipa de F1 com um motor novo, o Motori Moderni V6 turbo, que se viria a revelar muito pouco fiável. Foi seu companheiro de equipa Andrea de Cesaris e apesar das duas épocas (1986-1987) em termos de resultados serem fracas, voltou a mostrar a sua rapidez pois era regularmente mais rápido que o seu experiente colega de equipa. Em 1988 Alessandro Nannini estava finalmente numa equipa de ponta da F1, a Benetton. 
O capacete de Nannini
Nannini esteve três épocas na Benetton (1988-1989-1990) onde além de Boutsen foi colega de Herbert e Piquet venceu o seu primeiro GP no Japão em 1989, no célebre GP em Suzuka quando Senna e Prost se envolveram no acidente mais mediático da F1 e conquistou ao logo das três épocas 9 pódios em 78 GP. Porém depois do seu 3º lugar no GP de Espanha de 1990, Nannini tinha comprado um novo helicóptero um
o Ecureuil igual ao de Nannini
Ecureuil e resolveu ir visitar o pai e mostrar o novo "brinquedo". Apesar de ter brevet era um piloto profissional que levava Nannini e mais dois amigos que ao aterrar perto da mansão o helicóptero entrou em desequilíbrio e o piloto tentou voltar a levantar, mas o aparelho caiu de traseira com tal violência, que "cuspiu" os
Já no hospital em Florença
quatro ocupantes tendo o maior azar tocado a Nannini quando o rotor lhe decepou o antebraço direito. Foi o pai de Nannini, Danilo que ao deparar com aquele cenário teve o sangue frio suficiente para com o cinto das calças fazer um garrote, recolher o resto do braço e tratar de o evacuar para o hospital Careggi em Florença.
A recuperação foi longa

Depois de uma micro-cirurgia de 10 horas onde conseguiram com êxito reimplantar o antebraço embora fossem logo alertando que seria impossível voltar a correr, na melhor dos cenários faria a sua vida normal.
Era um destino muito cruel o de Nannini, até porque a Benetton queria que continuasse na equipa e a Ferrari também o queria para o lugar de Mansell.
Nannini concretizou o sonho de guiar um Ferrari F1 em Fiorano
Nannini nunca se deu por vencido e depois de mais duas operações em dois anos, sessões diárias de fisioterapia na Áustria com o fisioterapeuta que fez a recuperação a Lauda depois do acidente, Nannini recuperou muitos dos movimentos, apenas na mão ficou limitado. Para tirar as dúvidas em 1992 fez um teste em Fiorano com a Ferrari mas viria por um lado a concretizar o 
Com o Alfa 155 V6 Ti no DTM
seu sonho de guiar um Ferrari, pelo outro lado ver que para F1 não dava ... mas havia outras disciplinas.
Assim Alessandro Nannini apontou a sua carreira para os turismos e fez quatro épocas pela Alfa Romeu
1997 foi o seu último ano de corridas
com o 155 V6 Ti, onde ainda consegui no competitivo DTM ser um ano 4º e no outro 3º.

Em 1997 resolveu mudar de ares e foi para a Mercedes fazer o Campeonato do Mundo FIA GT com os novíssimos CLK GTR tendo acabado o ano num 6º lugar final e decidindo então arrumar o capacete de vez.
Alessandro Nannini, que foi sempre um apaixonado pelo
Matteo Nannini com a pintura de capacete do pai
café, é hoje proprietário de uma cadeia de cafés de luxo com o seu nome, no entanto a continuidade ao desporto automóvel parece que se vai manter pois do casamento com Paola tem
Gianmaria a começar no kart
um dos filhos o mais velho, Matteo Nannini a correr ao mais alto nível em kart e é agenciado também por um nome conhecido Giovanni Minardi, o outro filho Gianmaria Nannini começa agora os seus primeiros passos no kart "fiscalizado" pelo pai.

Gianna Nannini
Uma curiosidade, Alessandro Nannini é irmão da famosa e controversa cantora rock italiana dos anos 80 e 90 Gianna Nannini.