Nos fins dos anos setenta e nos anos oitenta a Elf, companhia petrolífera francesa, que já estava no motociclismo como patrocinadora, resolveu subir mais um degrau e construir as suas motos.
O programa seria uma moto revolucionária e para tal foram convidar o eng. André de Cortanze, que trabalhava no projecto Renault F1, e era um apaixonado do motociclismo, para uma mota com soluções técnicas inovadoras da F1 que se podiam aplicar numa mota ... e foram dezoito as soluções que a Elf patenteou. Assim em 1978 o mundo viu aparecer a Elf X, com um motor Yamaha de 750cc refrigerado a liquido e que consistia num quadro com o motor a garantir a sua rigidez e com as suspensões ancoradas nele. O antigo "garfo" foi substituído por um duplo
triângulo sobreposto com um sistema de alavancas e hastes para a direcção. Para baixar o centro de gravidade o depósito foi colocado por debaixo do motor. Discos e bombas da Lockeed e suspensões De Carbon da F1. Tudo isto era "escondido" por uma carenagem integral para que seja permitido o melhor coeficiente de penetração do ar, tudo da autoria do designer Daniel Tréma.
A Elf X a nú com o motor Yamaha 750cc |
Levou três anos a construir e a sua evolução, difícil, pois a moto tinha um comportamento muito instável, foi entregue ao francês Michele Rougerie.
Michele Rougerie |
Em 1980 o eng. Hirimajiri que tinha estado no projecto da Honda F1, aproveitou esta base para fazer uma moto de endurance, com um novo motor Honda de 1000cc a quatro tempos e uma carenagem redesenhada, tudo isto claro com o aval da própria HRC. Este "novo" modelo passou a ser denominado de Elf E. Como pilotos foram escolhidos o italiano Walter Villa e o francês Christian Le Liard.
Elf E / Honda 1000cc |
No entanto para provas de resistência a fiabilidade não era o seu melhor, comprometendo os resultados que mesmo assim eram médios, mas os avanços em relação ao modelo X foram enormes.
Elf E / Honda 1000cc a nú |
Este projecto causou curiosidade ao Sr. Soichiro Honda que foi a França ver o projecto Elf e em tom de critica diz que os eng da Honda em 10 anos foram menos inovadores que "um engenheiro e um designer franceses".
Christian Le Liard |
Com estas palavras do todo poderoso sr. Honda passados quatro anos e no GP de França em Castellet é apresentada a Elf 2 com um novo motor 500cc V3 com que a Honda fazia o mundial de velocidade.
Elf 2 / Honda V3 500cc |
Em 1986 mais um grande salto qualitativo no projecto da Elf. O eng Cortanze saíu para ir abraçar o projecto do Peugeot 205 T16 de rallyes, e Serge Rosset juntou-se à equipa e com o V3 da Honda um pouco mais potente a fazer uns 120 HP, Ron Haslam com a nova Elf 3 tem a sua primeira grande vitória em Macau.
Elf 3 / Honda V3 500cc primeira vitória |
Nesse mesmo ano de 1986 o designer de sempre do projecto Daniel Tréma recebe autorização para trabalhar no gabinete de designer da Honda, sendo a primeira vez que um estrangeiro entra nesse local !!!
Ainda em 1986 a equipa apresenta a Elf R um protótipo feito para bater recordes e ... assim foi em Itália no anel de velocidade de Nardo bateram com vários motores Honda, seis recordes mundiais com Christian Le Liard, Eric Courly e ... Hubert Auriol.
Voltando ao mundial de velocidade, em 1987 com um novo motor Honda a dois tempos V4 foi o melhor ano da equipa no mundial 500, acabando Ron Haslan num honroso 4º lugar final na nova Elf 4.
Além dos brilhantes resultados desportivos, ao nível comercial também foi muito positivo, pois a Honda comprou 13 das 18 patentes que a Elf detinha. Por exemplo os braços oscilantes que passaram a equipar os modelos da Honda VFR, RC36 e RC46 eram patentes da Elf.
O "sonho" estava preste a chegar ao fim e o ano de 1988 foi mesmo isso. O motor ficou menos competitivo face à concorrência, Haslan teve problemas de saúde e a nova Elf 5 acaba o mundial em 11º lugar, muito longe do esperado e do já conseguido.
O projecto das "motos do espaço" fica por aqui com o cunho da Elf embora mais tarde a ROC vá recuperar o projecto mas sem êxito de realce.
Trio de peso: Sr. Soichiro Honda sentado na moto André de Cortanze e Daniel Tréma (meio tapado) |
Ainda em 1986 a equipa apresenta a Elf R um protótipo feito para bater recordes e ... assim foi em Itália no anel de velocidade de Nardo bateram com vários motores Honda, seis recordes mundiais com Christian Le Liard, Eric Courly e ... Hubert Auriol.
Elf R o protótipo dos recordes mundiais |
Voltando ao mundial de velocidade, em 1987 com um novo motor Honda a dois tempos V4 foi o melhor ano da equipa no mundial 500, acabando Ron Haslan num honroso 4º lugar final na nova Elf 4.
1987 foi o melhor ano desportivo com a Elf 4 |
Além dos brilhantes resultados desportivos, ao nível comercial também foi muito positivo, pois a Honda comprou 13 das 18 patentes que a Elf detinha. Por exemplo os braços oscilantes que passaram a equipar os modelos da Honda VFR, RC36 e RC46 eram patentes da Elf.
O braço oscilante de uma Honda VFR |
O "sonho" estava preste a chegar ao fim e o ano de 1988 foi mesmo isso. O motor ficou menos competitivo face à concorrência, Haslan teve problemas de saúde e a nova Elf 5 acaba o mundial em 11º lugar, muito longe do esperado e do já conseguido.
Elf 5 a última versão do projecto |
O projecto das "motos do espaço" fica por aqui com o cunho da Elf embora mais tarde a ROC vá recuperar o projecto mas sem êxito de realce.