segunda-feira, 20 de junho de 2016

Patrick Pons

Patrick Pons foi o primeiro francês campeão do mundo em desportos motorizados.
Nasceu em Paris na véspera de Natal do ano de 1952 e descobriu  o espírito de competição nas montanhas do sul de França a praticar esqui, mas aos 16 anos quando tirou a licença de ciclomotores começou com as corridas de 125cc e mais tarde com 18 anos já andava nas 500cc tudo isto em França claro.
Com o #32 no troféu Kawasaki que ganhou
Patrick Pons com o seu "chefe" J.C. Olivier
No entanto em 1972 resolveu fazer o troféu Kawasaki / Moto Revue, que acabou por ganhar o que o fez pensar em seguir uma carreira como profissional no próximo ano.
No entanto, o homem que mais fez pelo motociclismo francês até hoje, quanto a mim, Jean-Claude Olivier também tinha reparado em Pons e por isso chamou-o para teste, e acabaria por lhe dar um lugar na equipa oficial da Sonauto-Yamaha ao lado de Christian Bourgeois.
Patrick Pons com a Yamaha 350cc
Logo no fim do ano de 1973 depois de várias corridas do campeonato francês e algumas do mundial, conseguiu o seu primeiro pódio no GP de Espanha de 350cc.
Pons aqui com uma Yamaha TZ 250
1974 foi mais um ano para cimentar a sua carreira correndo no mundial e europeu de 250cc e 350cc acabando o ano outra vez com um brilharete, o 3º lugar no GP da Bélgica de 500cc. No ano seguinte continuou, mas no mundial de 250cc e 350cc e fez o campeonato europeu de 750cc onde conseguiu um 3º lugar final do campeonato.
1979 Bol d´Or fez 2º lugar com Chrisrian Sarron
Nos três anos seguintes (1976-1977-1978) continuou a mostrar a sua espectacular condução pelos circuitos mundiais nas classes de 250cc, 350cc e 750cc. Nesses anos era comum os pilotos fazerem duas classes e alguns até três.
Campeão do mundo 750cc em 1979
1980 vitória nas 200 milhas de Daytona
1979 foi um ano de excelência para Patrick Pons, pois sempre aos comandos das Yamaha da Sonauto, conseguiu um 2º lugar na companhia do seu colega da Sonauto Christian Sarron no
sempre díficil Bol d´Or e também foi nesse ano que
Inicio do acidente com a queda de Pons ...
conseguiu o título Mundial na classe de 750cc. Foi também nesse ano que Patrick Pons se resolveu associar comercialmente à Sonauto importador da Yamaha para França, pois os Magasins Pons concessionários Yamaha para Paris com três casas  abertas (Armée, Alésia e Bastille) ainda hoje se mantêm abertos geridos pela família, após a sua morte. 
... um colega não o consegue evitar no chão

... tendo-lhe acertado
... e iria deixar Pons com graves traumatismos. 
1980 era mais um ano de sucessos e que começou com chave de ouro quando Pons venceu a prestigiada 200 milhas de Daytona, mas que infelizmente o ano acabou abruptamente em Agosto, quando a disputar o GP de Inglaterra tem um acidente grave, que lhe provoca um traumatismo craniano muito grave levando o Dr. Claudio Costa que o assistiu no hospital AGV  a o evacuar para o hospital mais próximo, o de Norprthampton, onde viria a morrer 48 horas depois no dia doze.
Assim foi a curta passagem de Patrick Pons pelos mundiais, mas viria a deixar a sua marca com o título de 1979 e iria abrir as portas para uma geração de franceses que o seguiu e que deixaram uma boa presença nos mundiais que se seguiram

sexta-feira, 3 de junho de 2016

François Cevert

A vida deste francês foi curta ... é verdade, mas foi vivida muito intensamente.
1967 fez F3 graças à vitória no volante Shell
Nascido em Paris a 25 de Fevereiro de 1944, Albert François Cevert Goldenberg era filho de um rico joalheiro, Charles Goldenberg, judeu de origem russa e da francesa Huguette Cevert, tinha uma irmã Jaqueline que viria a casar mais tarde com o também piloto de F1 Jean-Pierre Beltoise.
1969 com o Tecno de F2 em Nurburgring
1970 Tecno de F2 já com o apoio da elf
As corridas, primeiro de duas rodas, eram encaradas como um passatempo engraçado, até que em 1966 se resolve a concorrer ao "Volante Shell" que dava como prémio ao vencedor uma época de F3 e que Cevert ganhou. A época de 1967 foi muito negativa pois o Alpine que ganhou no "Volante Shell" não era nada competitivo. Em 1968 já com o apoio da elf e com um Tecno acabou por ser campeão francês de F3.
1970 entrada na F1 com um March / Tyrrell
Seguiram-se dois anos (1969 - 1970)  de F2 com a Tecno e sempre com resultados muito positivos, culminando com o terceiro lugar no campeonato de 1969. 
Foi Jackie Stewart que aconselhou Ken Tyrrell a seguir o francês, pois via nele um potencial campeão.
Este vira a ser um dos capacetes mais conhecidos da F1
A entrada de Cevert na F1 deu-se mais cedo do que esperava, pois após o terceiro GP da época de 1970, o segundo piloto da Tyrrell, Johnny Servoz-Gavin decide abandonar a equipa, devido a problemas de visão. Ken Tyrrell já conhecia bem o potencial de Cevert e ao mesmo tempo por imposição do principal patrocinador, a elf, que obrigava um piloto francês na equipa estavam reunidas todas as condições para Cevert entrar no "Grande Circo".
1971 com o Tyrrell 002 foi 3º no campeonato
Cevert / Stewart uma dupla arrasadora
Depois de um ano de aprendizagem na F1, o seu segundo ano (1971) já com o Tyrrell 002 Cevert conseguiu a sua primeira (e única) vitória em F1 no grande prémio dos EUA, assim como dois 2º lugares e um 3º lugar o que viriam a dar no fim do campeonato um 3º lugar final. Era notório a empatia que se tinha criado entre Stewart e Cevert o que levou a uma amizade muito forte entre o escocês e o francês, dentro e fora das pistas.
Monaco, uma janela o fato, noutra princesa Cristina
McLaren M87 da série Can-Am
Francois Cevert também deixou na F1 a fama de playboy, pois considerado pelos incons da moda como um homem bonito (o que hoje seria um metrosexual), François com todo o seu charme foi um "arrasador" de corações, tendo tido casos muito escaldantes com figuras muito conhecidas do "jet-sete" mundial. Voltando ao principal, como era normal nessa época os pilotos eram polivalente e tinham gosto em fazer outras disciplinas, assim em 1972 foi atraído pelo campeonato Can-Am em terras do "Tio Sam" com carros ultra potentes como o seu McLaren M87 com que acabou o campeonato em 5º lugar com quatro pódios e uma vitória em Donnybrook.
Le Mans 1972 com o Matra MS670 um bom 2º lugar
Como francês, claro que também tinha que ter Le Mans no sangue e com a equipa Matra fez a clássica francesa por três vezes (1970-1972-1973) embora só acabando no ano de 1972 tendo como colega Howden Ganley com o Matra MS 670 no 2º lugar.
1973 o seu último F1 o Tyrrell 006
Entretanto na F1 no ano de 1972 e com o Tyrrell 005 conquistou um 6º lugar final do campeonato.
Acidente de Cevert
Viria o fatídico ano de 1973 e o campeonato corria muito bem para "os lados" da Tyrrell com Stewart em primeiro, preparando-se para conquistar o seu terceiro título mundial e com Cevert sempre pronto para secundar o escocês, embora por vezes já mais rápido que o mestre. Estávamos na ultima prova do campeonato, o GP EUA, Stewart num jantar com Cevert e Ronnie Peterson
Acidente de Cevert
surpreendeu os dois ao anunciar, embora exigindo segredo, que abandonaria as pistas no fim desse ano, pois iria fazer o seu 100º GP aqui nos EUA, iria ser campeão do mundo e por isso era chegada a hora de sair e deixar Cevert a chefiar a equipa Tyrrel, procurando novos títulos.

Acidente de Cevert
No entanto o destino iria fintar todos estes planos, pois no dia seguinte num brutal acidente numa zona muito rápida François Cevert viria a morrer.
Acidente de Cevert
Acidente de Cevert




Numa zona do circuito conhecida por "esses" uma sequência direita / esquerda que se fazia muito depressa o Tyrrel abalou contra o rail da direita, sendo de seguida catapultado para o rail da esquerda onde caiu capotado em cima do mesmo "escorregando" nele por 100 metros, deixando os rails todos partidos. François Cevert teve morte imediata, aliás o seu corpo ficou
Campa de François Cevert
trucidado, tendo inclusive a cabeça ficado separada do corpo. Os restos mortais de François Cevert, que morreu aos 29 anos com quarenta e sete grandes prémios disputados, uma vitória e treze pódios, encontra-se no cemitério de Vaudelnay.

Jackie Stewart, que já não fez o seu 100º GP, assim como toda a equipa Tyrrell abandonaram o GP EUA e nesse mesmo dia Stewart anunciou oficialmente o seu abandono das competições. Na sua memoria ficou para sempre a conversa tida com Cevert antes dos treinos cronometrados fatais, onde discutiam precisamente como fazer a zona dos "esses" sendo Stewart da opinião de fazer em 4º velocidade com
pouca rotação por causa do ondulado do asfalto que fazia o
carro muito instável, e Cevert que fazia de 3ª velocidade a fundo com o carro a reagir violentamente ao ondulado ... mas a ser mais rápido.