A vida deste francês foi curta ... é verdade, mas foi vivida muito intensamente.
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1967 fez F3 graças à vitória no volante Shell |
Nascido em Paris a 25 de Fevereiro de 1944, Albert François Cevert Goldenberg era filho de um rico joalheiro, Charles Goldenberg, judeu de origem russa e da francesa Huguette Cevert, tinha uma irmã Jaqueline que viria a casar mais tarde com o também piloto de F1 Jean-Pierre Beltoise.
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1969 com o Tecno de F2 em Nurburgring |
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1970 Tecno de F2 já com o apoio da elf |
As corridas, primeiro de duas rodas, eram encaradas como um passatempo engraçado, até que em 1966 se resolve a concorrer ao "Volante Shell" que dava como prémio ao vencedor uma época de F3 e que Cevert ganhou. A época de 1967 foi muito negativa pois o Alpine que ganhou no "Volante Shell" não era nada competitivo. Em 1968 já com o apoio da elf e com um Tecno acabou por ser campeão francês de F3.
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1970 entrada na F1 com um March / Tyrrell |
Seguiram-se dois anos (1969 - 1970) de F2 com a Tecno e sempre com resultados muito positivos, culminando com o terceiro lugar no campeonato de 1969.
Foi Jackie Stewart que aconselhou Ken Tyrrell a seguir o francês, pois via nele um potencial campeão.
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Este vira a ser um dos capacetes mais conhecidos da F1 |
A entrada de Cevert na F1 deu-se mais cedo do que esperava, pois após o terceiro GP da época de 1970, o segundo piloto da Tyrrell, Johnny Servoz-Gavin decide abandonar a equipa, devido a problemas de visão. Ken Tyrrell já conhecia bem o potencial de Cevert e ao mesmo tempo por imposição do principal patrocinador, a elf, que obrigava um piloto francês na equipa estavam reunidas todas as condições para Cevert entrar no "Grande Circo".
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1971 com o Tyrrell 002 foi 3º no campeonato |
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Cevert / Stewart uma dupla arrasadora |
Depois de um ano de aprendizagem na F1, o seu segundo ano (1971) já com o Tyrrell 002 Cevert conseguiu a sua primeira (e única) vitória em F1 no grande prémio dos EUA, assim como dois 2º lugares e um 3º lugar o que viriam a dar no fim do campeonato um 3º lugar final. Era notório a empatia que se tinha criado entre Stewart e Cevert o que levou a uma amizade muito forte entre o escocês e o francês, dentro e fora das pistas.
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Monaco, uma janela o fato, noutra princesa Cristina |
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McLaren M87 da série Can-Am |
Francois Cevert também deixou na F1 a fama de playboy, pois considerado pelos incons da moda como um homem bonito (o que hoje seria um metrosexual), François com todo o seu charme foi um "arrasador" de corações, tendo tido casos muito escaldantes com figuras muito conhecidas do "jet-sete" mundial. Voltando ao principal, como era normal nessa época os pilotos eram polivalente e tinham gosto em fazer outras disciplinas, assim em 1972 foi atraído pelo campeonato Can-Am em terras do "Tio Sam" com carros ultra potentes como o seu McLaren M87 com que acabou o campeonato em 5º lugar com quatro pódios e uma vitória em Donnybrook.
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Le Mans 1972 com o Matra MS670 um bom 2º lugar |
Como francês, claro que também tinha que ter Le Mans no sangue e com a equipa Matra fez a clássica francesa por três vezes (1970-1972-1973) embora só acabando no ano de 1972 tendo como colega Howden Ganley com o Matra MS 670 no 2º lugar.
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1973 o seu último F1 o Tyrrell 006 |
Entretanto na F1 no ano de 1972 e com o Tyrrell 005 conquistou um 6º lugar final do campeonato.
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Acidente de Cevert |
Viria o fatídico ano de 1973 e o campeonato corria muito bem para "os lados" da Tyrrell com Stewart em primeiro, preparando-se para conquistar o seu terceiro título mundial e com Cevert sempre pronto para secundar o escocês, embora por vezes já mais rápido que o mestre. Estávamos na ultima prova do campeonato, o GP EUA, Stewart num jantar com Cevert e Ronnie Peterson
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Acidente de Cevert |
surpreendeu os dois ao anunciar, embora exigindo segredo, que abandonaria as pistas no fim desse ano, pois iria fazer o seu 100º GP aqui nos EUA, iria ser campeão do mundo e por isso era chegada a hora de sair e deixar Cevert a chefiar a equipa Tyrrel, procurando novos títulos.
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Acidente de Cevert |
No entanto o destino iria fintar todos estes planos, pois no dia seguinte num brutal acidente numa zona muito rápida François Cevert viria a morrer.
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Acidente de Cevert |
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Acidente de Cevert |
Numa zona do circuito conhecida por "esses" uma sequência direita / esquerda que se fazia muito depressa o Tyrrel abalou contra o rail da direita, sendo de seguida catapultado para o rail da esquerda onde caiu capotado em cima do mesmo "escorregando" nele por 100 metros, deixando os rails todos partidos. François Cevert teve morte imediata, aliás o seu corpo ficou
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Campa de François Cevert |
trucidado, tendo inclusive a cabeça ficado separada do corpo. Os restos mortais de François Cevert, que morreu aos 29 anos com quarenta e sete grandes prémios disputados, uma vitória e treze pódios, encontra-se no cemitério de Vaudelnay.
Jackie Stewart, que já não fez o seu 100º GP, assim como toda a equipa Tyrrell abandonaram o GP EUA e nesse mesmo dia Stewart anunciou oficialmente o seu abandono das competições. Na sua memoria ficou para sempre a conversa tida com Cevert antes dos treinos cronometrados fatais, onde discutiam precisamente como fazer a zona dos "esses" sendo Stewart da opinião de fazer em 4º velocidade com
pouca rotação por causa do ondulado do asfalto que fazia o
carro muito instável, e Cevert que fazia de 3ª velocidade a fundo com o carro a reagir violentamente ao ondulado ... mas a ser mais rápido.
Cevert, conheci a irmã e o cunhado, e os dois filhos destes, que são pilotos, o Julien Beltoise, e o Antony, dois grandes amigos do Tiago Monteiro, com quem jantámos muitas vezes. Ainda o Jean-Pierre ia ver os filhos correr, e a conversa à mesa descambava sempre para as corridas do meu amigo. como calculam aproveitava sempre todas as ocasiões para criar mais um amigo.
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