domingo, 9 de abril de 2017

Ronnie Peterson

O porquê da crónica sobre Peterson?
Claro que para além do grande piloto que foi, eu estava sentadinho no sofá a ver o ínicio do campeonato do mundo de F1-2017 e dei comigo a pensar:
-Realmente, e sem querer tirar qualquer mérito aos pilotos actuais, estes pilotos de hoje são muito pouco carismáticos. Não conseguem fazer o público apaixonar-se perdidamente pela modalidade, estão muito "distantes", e talvez vá ser injusto, sentem-se "uns deuses" ... mas longe dos crentes. 
Logo me veio a imagem de um Ronnie Peterson
Com o Tecno de formula 3
que corria porque era verdadeiramente um apaixonado pelo que fazia, corria pelo gosto da competição fosse num formula 1, fosse num BMW de turismo, fosse numa prova de resistência com um sportscar, dava o máximo
March 752/BMW de formula 2
para bem do espectáculo. Nascido na Suécia em Almby em Fevereiro de 1944 começou o seu percurso nos Karts onde ganhou vários títulos. Passou para a formula 3 e em 1969 ganhou a principal prova dessa categoria, o GP Mónaco além do Campeonato da Europa. No ano
Em 1971 com o March 711 / STP
seguinte começou a fazer provas de F1 ao mesmo tempo que fazia também o campeonato de F2 sempre com carros da March, e já na equipa oficial da March/STP de F1 em 1971 ganhou o Campeonato da Europa de F2 com o March 752/BMW. Continuou na F1
Ronnie ao volante do JPS/Lotus 72
com a March até 1972 tendo o seu melhor resultado final no Campeonato do Mundo em 1971 quando ficou com o vice-campeonato.
Colin Chapman com o seu "olho clínico" foi buscar o sueco para guiar na sua equipa entre 1973 e 1975 os bonitos JPS/Lotus 72 e o
Ronni em 1976 com o March 761
76. 
Na Lotus Ronnie conseguiu em 1973 ficar no 3º lugar do campeonato. Em 1976 fez o primeiro GP ainda com o Lotus 77, mas depois "mudou-se" de armas e bagagens novamente para a March onde como "semi-privado" correu com o modelo 761.

O Tyrrel P 34B foi a "arma" em 1977
Nova mudança em 1977 para integrar a prestigiada equipa Tyrrell, que continuava com o arrojado projecto de "seis rodas" o Tyrrell P34B, que mais tarde se viria a ver que não trazia nenhuma vantagem o facto de ter quatro rodas direccionais.
Ronnie Peterson no ano seguinte (1978) resolveu mais uma vez mudar de equipa e mais
Peterson com o Lotus 78 
uma vez regressou a uma anterior equipa, desta feita a Lotus. Tendo começado a temporada num Lotus 78 até meio da mesma, passou para o Lotus 79 para acabar a temporada em que estava na luta para o título até chegar
Ronnie antes da partida
aquele maldito fim de semana do GP de Itália em Monza. Os treinos em Monza não lhe correram bem, pois o seu colega Andretti fez a pole no Lotus 79 enquanto Ronnie ficou-se pelo 5º lugar quando problemas no Lotus 79 o fez passar para o Lotus 78 carro de reserva. O domingo dia 10 de Setembro de 1978 ficará para sempre marcado com uma série de factores que vieram a contribuir para o grave acidente e uma das maiores "carambolas" da F1. Quando o director de
O inferno de Monza 1978
prova resolveu dar a partida, não reparou que do meio da grelha para trás os carros ainda vinham em andamento rápido o que provocou que quando os primeiros chegaram à chicane no fim da longa recta de Monza estavam todos
Hunt e mais pilotos tiram Ronnie do Lotus
em cima uns dos outros pelo que o contacto entre eles era praticamente inevitável. Patrese a Hunt chegaram tão perto do Lotus de Ronnie que é tocado por Patrese e sai que nem uma bala direito aos raills onde bate violentamente de frente, sendo depois projectado para o meio da pista na
Os "restos" do acidente
altura em que os últimos da grelha estão a chegar pelo que Brambilla não tem a mínima hipótese e bate no Lotus preto fazendo-o explodir e fazer daquela zona num inferno. Foi James Hunt que com alguns colegas retirou à força Peterson, que estava preso no interior do Lotus em chamas
Os restos do Lotus 78
enquanto Brambilla era o que apresentava o estado mais grave porque foi atingido na cabeça por uma roda solta de um outro formula 1, ficando inanimado. Ronnie foi logo visto ainda na pista pelo Dr Watkins. 

Transportado numa ambulância para o centro médico do circuito, foi estabilizado. As
Monumento a Peterson em Almby / Suécia
queimaduras não eram graves,foi evacuado de helicóptero para o Hospital Maggiore, devido às fracturas que apresentava nos membros inferiores, onde depois de um raio-x complicado foram confirmada em ambas as pernas e nos pés um total de 27 fracturas !!!

Operado de urgência
Campa de Peterson e Barbro
para tratar das fracturas esteve no bloco até 
perto da 24 horas sendo depois levado para a unidade de terapia em estado estável. Por volta das 4 horas do dia 11 o Dr Watkins recebe um telefonema que o estado de Ronnie Peterson tinha-se agravado. Saindo para o Hospital
Capacete de Ronnie com as cores da Suecia
quando lá chegou Ronnie já estava clinicamente morto. O "Super Swede" como era conhecido não tinha resistido a uma embolia gorda que pode raramente acompanhar fracturas na coxa.

BMW 3.0 CSL
A sua esposa Barbro não conseguiu superar a morte de Ronnie e acabaria por pôr fim à vida em 19 de Dezembro do mesmo ano. Encontrasse sepultada ao lado de Peterson na sua campa em Almby na Suécia.
Fora da F1 Ronnie Peterson teve uma carreira muito ligada à
BMW 3.2 CSL Turbo
BMW. Essa ligação já vinha da F2 quando com o March equipado de um motor BMW conseguiu o titulo e depois correria nos carros de turismo da marca alemã em vários campeonatos na Europa e nos USA. Guiou com
BMW 320i turbo (IMSA)
Stuck os bonitos BMW 3.0 CSL em 1974/75 e o 3.2 CSL Turbo em 1976 assim como com Gunnar Nilsson o BMW 320i turbo da IMSA em 1977.

Também, como já havia referido no inicio da crónica, Ronnie tinha esse "terrível vício" de guiar ... guiar carros de corrida, com
Ferrari 512S em 1970
rodas cobertas ou destapadas, era isso mesmo que lhe dava prazer e portanto além dos turismo ainda fazia corridas de resistência com os sportscar.

Foi assim que em 1970 correu num Ferrari
1971 com o Lola T212
512S na companhia de Derek Bell.

Em 1971 fez provas com um Lola T212 na companhia de Jo Bonnier e também com um Alfa Romeu T33/3 acompanhado por Andrea de Adamich.
Em 1972 voltou à Ferrari para na companhia de
Também em 1971 com Alfa T33/3
Tim Schekem fazerem parte da equipa dos 312 PB.

Peterson ficará para sempre como um dos pilotos que mais fãs deixou neste mundo das corridas, não só pelo excelente piloto que foi mas também pela sua simpatia e pela amizade e respeito com que os colegas o encaravam. Tirando o título Europeu de F2, Ronnie não ganhou mais nenhum título de "renome" mas por duas vezes
foi vice-campeão na F1 em 1971 na March e no ano da sua morte ainda acabou o campeonato na 2ª posição apesar de "faltar" às últimas 4 provas e de por ordens da equipa ter muitas vezes deixado Andretti "à vontade" . 
Até onde iria este "Super Sueco"?

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