John Barnard vai ficar para sempre ligado à formula 1, por duas inovações suas que viraram "ordem" na formula 1. Quando da sua segunda passagem pela McLaren, em 1980, foi o "pai" do chassi em fibra de carbono, que no ano seguinte já todas as marcas o copiavam. Anos mais tarde na primeira passagem pela Ferrari cria mais uma "moda" na formula 1, a caixa de velocidades semi-automática, que tal como em oitenta o chassi de carbono, no ano seguinte já toda a gente usava.
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O McLaren M23 foi um projecto vencedor |
Nascido a quatro de Maio de mil novecentos e quarenta e seis, em Wembley - Londres, formou-se em 1960 no Watford College of Technology.
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O Parnelli VP J4 era uma "evolução" do McLaren |
Em 1968 a Lola Cars contratou o jovem Barnard para fazer parte da equipa que desenvolvia os Lola T70 e T160 Can-Am. Foi lá que conheceu outro jovem que viria a dar que falar na formula 1 Patrick Head.
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Johnny Rutherford e o Chaparral K2 |
Em 1972 dá-se a sua primeira passagem pela McLaren, onde debaixo das ordens de Gordon Coppuck durante três anos, integrou a equipa que desenvolvia o projecto do M23 e os carros de formula Indy.
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O chassi MP4/1 de carbono para a McLaren |
Entretanto, por dar nas vistas com os projectos indy da McLaren, Parnelli Jones que preparava a sua aventura na formula 1, contratou John Barnard para projectar o Parnelli VP J4, que guiado por Mario Andretti em 1975 conseguiu um quarto lugar no grande prémio da Suécia.
Sempre a ser reconhecido como um talento crescente, a Chaparral foi contratar Barnard em 1980 para chefiar o projecto da Indycars e com sucesso pois logo nesse ano Johnny Rutherford, com o Chaparral 2K, além de ganhar as míticas 500 milhas de Indianapolis, também ganhou o campeonato CART.
Com todo este sucesso nos EUA a renovada McLaren com Ron Dennis a chefiar, e sem problemas de orçamentos, no fim de 1980 fez uma proposta aliciante a Barnard, para ir chefiar um projecto inovador.
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O McLarem MP4/1 completo com John Watson |
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Watson e Barnard falando do MP4/1 |
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O Ferrari 640 foi o primeiro a ter caixa semi-automática |
Começa assim a grande revolução na concepção de chassis. Até aqui eram feitos em aluminio tipo ninho de abelha, mas com Barnard um estudioso dos novos materiais compósitos, projectou o primeiro chassi todo em fibra de carbono, o MP4/1 que iria mudar a história dos chassis na formula 1. Inicialmente os chassis eram fabricados nos EUA pela Hercules Aerospace um dos patrocinadores da McLaren muito avançados técnicamente nos novos materiais compósitos. Assim nasceu o McLaren MP4/1 entregue a John Watson e Andrea de Cesaris, com um motor Ford Cosworth, e desde logo se mostrou competitivo. Segundo Barnard a fibra de carbono era mais leve que o alumínio e mais resistente que o aço, e a resistência era fundamental por causa da torsão e forças G que estavam sujeitos os chassis nas curvas de alta velocidade e não só.
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1990 Benetton B190 e Piquet foi o desafio de Barnard |
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O B190 foi o seu último projecto na Benetton |
Claro que no ano seguinte já todas as equipas tinham, melhor ou pior, os seus chassis em fibra de carbono. Apenas uma questão se levantava, que era a segurança !!! Isto é como seria a reacção desses chassis à absorção no choque. Tudo ficou arrumado quando em 1981 Watson sofreu em Monza um violento acidente a alta velocidade e saiu do mesmo pelo próprio pé sem uma beliscadura. Estava dada a resposta final ao chassi de carbono. Pelos lados da McLaren, quando trocou o motor Ford pelo TAG/Porsche este conjunto "só" rendeu trinta e uma vitórias e três títulos mundiais (1 de Lauda 1984 e 2 de Prost 1985/86)
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Jean Alesi ao volante do Ferrari 412 T1B |
Com todo o sucesso que trazia atrás podemos afirmar que a sua primeira passagem pela Ferrari em 1986, pelo menos em termos de resultados não acompanhou o seu passado. John Barnard nunca se habituou ao modo de trabalhar dos italianos, e foi debaixo de grande polémica que conseguiu com que a Ferrari transferisse o gabinete de projectos para Inglaterra em 1988 (Guildford - Ferrari).
Mas em 1989 vêm a segunda grande invenção do génio Barnard ao conceber a revolucionária caixa de velocidades semi-automática. Era uma caixa comandada hidraulicamente por patinhas colocadas ao lado do volante, que permitiam a troca de velocidades sem tirar as mãos do volante e apenas com um ligeiro toque na patilha. Foi no Ferrari 640 para Mansel e Berger onde seria montada a primeira caixa, e Berger depois daquele horrível acidente em Imola, que ficou inconsciente no carro a arder e lhe provocou queimaduras nas mãos, foi o primeiro a beneficiar dessa inovação visto ter regressado muito mais cedo que o previsto porque não precisava de esforçar as mãos ainda debilitadas para trocar de mudanças.
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O seu último Ferrari o F 310B para Shumacher |
Em 1990 Alain Prost, que já tinha trabalhado com Banard na McLaren, assina com a Ferrari, mas contra o previsto John Banard assina com a Benetton. Projectou o novo Benetton B190 com que Nelson Piquet nessa época arrecadou algumas vitórias. Em 1992 ainda na Benetton, com o novo B192 e já com Shumacher ao volante, quase conquistou o título mundial. Flávio Briatore era o homem forte da equipa, e John Barnard acabou por abandonar a equipa, no fim da época, por não chegar a acordo com Briatore em questões de salário.
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A aventura como independente |
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O último formula 1 projectado por Banard o Arrows A19 |
Em 1993 vai de novo para a Ferrari, onde milita o seu "velho" amigo Berger e que através do novo projecto de Barnard o Ferrari 412 T1B, volta a andar nos primeiros lugares, assim como Jean Alesi seu colega .
Em 1996 houve uma grande revolução na Ferrari, pois os accionistas estavam fartos de "enterrar" dinheiro na Scuderia e o retorno em vitórias e títulos era muito fraco. Foi então que os dois pilotos saíram, a equipa passou a focar-se principalmente num piloto, que passou a ser Shumacher e o segundo piloto seria mesmo segundo, estaria ali para ajudar o líder. Entrou também para chefiar a equipa Jean Todt e para chefiar os projectos outro inglês em alta Ross Brawn. No ano de 1997 sai o último Ferrari com a assinatura de Barnard o F 310B. Como seria de esperar a reorganização da equipa "obrigou" o centro de projectos a regressar a Itália para estar tudo a trabalhar em conjunto, o que claro não agradou a Barnard.
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Com Kenny Roberts nova aventura |
Em 1988 Barnard negociou com a Ferrari a sua saída e a compra do centro de projecto em Inglaterra, que passaria a ser seu com o nome de B 3 Tecnologies.
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O carbono no mobiliário by John Barnard |
Agora John Barnard fazia como freelancer projectos para qualquer marca, sem estar directamente ligado a ela. E assim foi quando projectou para a Arrows o último formula 1 com a sua assinatura o A19 para ser guiado por Pedro Paulo Diniz e Mika Salo.
Em 2001 vêm um novo projecto, este totalmente novo, para John Barnard, o motociclismo, pois foi convidado por Kenny Roberts para ser director técnico da sua equipa o Team KR / Proton.
Em 2008 John Barnard vende a sua B 3 Technologies e volta a dar uma volta de 180º à sua vida ao formar uma nova empresa de designers de mobiliário.
A nova aventura tem nome chama-se Terence Woodgate & John Barnard e ainda continua a inovar no desenho e na matéria prima das peças. Voltamos às origens, pois John Barnard anda a aplicar o carbono nas peças de mobiliário.