Pois bem este australiano, nascido em Adelaide, era um mecânico de motos com o sonho das corridas.
A sua Austrália começava a ser pequena para a sua ambição e daí a emigrar para o velho continente foi um ápice. Chegou a Inglaterra em Fevereiro de 1980 e ficou em Surrey na casa de um amigo que trabalhava para a Suzuki Reino Unido. Graças a esse amigo entrou como mecânico na equipa Texaco Heron Suzuki onde teve logo como piloto Randy Mamola. Burgess manteve-se na equipa Suzuki até ao final da temporada de 1982.
O seu primeiro piloto daqueles especiais foi Randy Mamola |
O seu grande "salto" ocorre quando ingressa nas fileiras da HRC (departamento de competição da Honda) para a época de 1983 onde aprendeu com o grande mestre Erv Kanemoto o mais conceituado chefe de equipa que houve. Jeremy começou na estrutura como mecânico chefe da mota de Freddie Spencer o primeiro americano a "invadir" a Europa.
Freddie Spencer o 1º título mundial |
Foi também com "Fast Freddie" que Jeremy esteve ligado ao primeiro titulo mundial de 500cc do americano.
Jeremy Burgess, agora já chefe de equipa foi muito importante nos títulos mundiais dos seus conterrâneos Wayne Gardner e Mick Doohan.
Triunfo de Gardner no mundial com o dedo de Jeremy |
Mick Doohan com Jeremy Burgess |
Mick Doohan foi um piloto com quem Burgess criou uma ligação especial, pois além da Austrália natal, as fatalidades de Mick Doohan com o primeiro acidente a deixar marcas muito grandes, pois além das fracturas Doohan perdeu o músculo da perna direita. o seu regresso foi muito problemático porque Doohan não tinha força na perna para acionar o travão de trás. Foi o génio de Jeremy Burgess a resolver o problema ao aplicar mais uma manete no avanço do lado esquerdo para fazer de travão da roda traseira. E assim Doohan pode continuar a sua carreira conseguindo ao longo da mesma a linda soma de cinco títulos mundiais. Em 1999 Dohan volta a cair e voltou também a partir a mesma perna em vários sítios, pelo que resolveu abandonar as corridas.
Essa decisão, levou com que Jeremy também ponderasse voltar para a Austrália, pois tinha feito uma forte amizade com Mick Doohan, e também já tinha assistido a muitos infortúnios a pilotos conhecidos.
Grande tripla Rossi / Burgess / Honda |
Porém a Honda fez muita força para Jeremy ponderar na sua decisão, dizendo que tinham contratado para a época 2000 o irreverente, mas talentosos miúdo Valentino Rossi, e que ele precisava da sua experiência para evoluir. Jeremy muito pensou e lá resolveu em boa hora ficar, e a verdade é que hoje talvez não se pudesse dizer que o trajecto de Rossi fosse o mesmo sem Jeremy Burgess.
Nova etapa novas cores a Yamaha era o desafio |
Valentino Rossi como bom profissional que é e conhecedor da fama de Burgess, seguiu à risca as suas decisões. Criou-se uma grande empatia entre os dois e a maneira simples que Rossi tinha de passar as reacções da sua mota, eram completamente entendidas por Burgess que conseguia transmitir correctamente aos mecânicos as transformações a fazer para tornar a mota competitiva. Nesses tempos da Honda que renderam três títulos mundiais (2001 - 2002 - 2003) criaram uma amizade e respeito enorme entre os dois.
A estrutura "móvel" de Jeremy |
Agora de vermelho a dupla Rossi / Burgess |
Os suspeitos do costume !!! |
Enorme ao ponto que depois de uma ligação de vinte anos com a HRC, Rossi convenceu Burgess a abandonar a estrutura e ir com ele de "braço dado" para a Yamaha. Foi um fim de época de 2003 muito atribulado. A Honda não conseguia aceitar isso, de repente o melhor piloto do mundo e o melhor chefe de equipa do mundo saírem? Não isso não era possível, mas a Honda tinha uma teoria que qualquer piloto mediano seria campeão do mundo nas suas motas. Jeremy tinha uma teoria que era conhecida pela 80 / 20 que consistia em que 80% do sucesso era do piloto e 20% era da mota, e isso foi também um dos aliciantes parar partir na aventura Yamaha.
Em Valência no fim do ano de 2013 anunciou o abandono |
A outra paixão os clássicos da Jaguar |
Em Philip Island este ano Jeremy foi visitar o amigo Rossi |
Mas foi também o ano do abandono de Jeremy Burgess às corridas. Com 60 anos Jeremy resolveu regressar à Austrália e pôr ponto final nas corridas, dedicando-se à família e à sua outra paixão ... os automóveis clássicos Jaguares
Jeremy Burgess depois de 33 anos vividos intensamente nos circuitos mundiais, também teve uma quota parte, e grande, nos títulos mundiais de Freddie Spencer (1) Wayne Gardner (1) Mick Doohan (5) e Valentino Rossi (7). Ficou com grandes amizades por todos os lados por onde passou, mas a verdade é que a mais marcante continua a ser a de Valentino, com quem à distancia continua a trocar impressões e dar concelhos.
Jeremy Burgess depois de 33 anos vividos intensamente nos circuitos mundiais, também teve uma quota parte, e grande, nos títulos mundiais de Freddie Spencer (1) Wayne Gardner (1) Mick Doohan (5) e Valentino Rossi (7). Ficou com grandes amizades por todos os lados por onde passou, mas a verdade é que a mais marcante continua a ser a de Valentino, com quem à distancia continua a trocar impressões e dar concelhos.
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