quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Triple Crown of Motorsport

Estou a escrever esta crónica, no dia vinte e nove de Novembro de dois mil e quinze,  precisamente no dia em que faz quarenta anos que morreu num acidente de aviação.
O seu último capacete em 1974
Estreia na F1 com o Lotus 12 no Mónaco de 1958
Primeiro título Mundial em 1962 com a BRM P57
Numa fase em que já estava retirado da competição como piloto, mas em que ainda era o "homem forte" da Team Embassy, Graham Hill pilotava o seu Piper Aztec, e transportava os outros membros do Team, quando de regresso a Inglaterra depois dos testes do Hill GH2 em Paul Ricard, se despenhou num campo de golf a norte de Londres devido ao nevoeiro. Assim morria Norman Graham Hill uma das maiores lendas do automobilismo.
Com este Lotus 49 conquistou o seu 2º título em 1968
Nascido em mil novecentos e vinte e nove em Hampstead, Londres, Hill depois de acabar os estudos no Hendon Technical College encontro o primeiro trabalho como engenheiro júnior na Smiths Instruments, que era fornecedora de muitas equipas a nível de instrumentos de medição nos carros.
Graham Hill fez duas épocas na Brabham com os BT33 e 34
Em mil novecentos e cinquenta e quatro Graham Hill fez a sua estreia em competições com um Cooper 500 de formula 3, mas passado pouco tempo entrou para o Team Lotus como mecânico. Hill depressa passou para o volante e fez a sua estreia em formula 1, com o Lotus 12 no Grande Prémio do Mónaco de mil novecentos e cinquenta e oito, tendo desistido. Continuou na Lotus até mil novecentos e sessenta, ano em que se mudou para a BRM e com resultados muito positivos, pois dois anos depois sagrou-se Campeão do Mundo com o BRM P57.  O novo Campeão do Mundo manteve-se a correr com a BRM até ao fim da época de mil novecentos e sessenta e seis e conseguiu três vice-campeonatos e no último ano um quinto lugar final.
O último F1 que guiou o Hil GH1 da sua equipa em 1975
Graham Hill regressou à sua primeira equipa, a Lotus, em mil novecentos e sessenta e sete, para desenvolver o Lotus 49 com o novíssimo motor Cosworth V8. Foram uns anos complicados, pois os modelos Lotus eram todos muito competitivos mas Hill viu morrer em corrida dois colegas seus, Jim Clark e Jochen Rind, pelo que, os Lotus, tinham a fama de carros frágeis. Hill sempre com uma grande força de espírito, por duas vezes teve que assumir a liderança da equipa em situações trágicas, mas em mil novecentos e sessenta e nove é o próprio Graham Hill a testar a fragilidade dos chassis Lotus, ao partir as duas pernas num acidente no Grande Prémio dos EUA em Watkins Glen. De realçar que no meio disto tudo Hill conseguia o seu segundo título mundial em mil novecentos e sessenta e oito com o Lotus 49.
Hill recuperou das fracturas e apresentou-se na época seguinte para ir desenvolver o novo Lotus 72, mas Graham nunca conseguiu voltar aos bons tempos apesar do carro ser bastante rápido nas mãos dos outros pilotos da equipa, e dizia-se que Hill tinha perdido a confiança na resistência dos Lotus, pelo que em mil novecentos e setenta e um assina por dois anos com a equipa Brabham que tinha passado a ser propriedade de Ron Tauranac, depois da saída de Sir Jack Brahbam, e de seguida vendida a  Ecclestone.
Em mil novecentos e setenta e três começa um novo desafio para Graham Hill ao formar uma equipa de formula 1 através do forte apoio da Imperial Tobacco com a marca de cigarros Embassy.
Com o Lola venceu as 500 milhas de  Indianápolis 1966
No primeiro ano  a equipa correu com um Shadow DN1 e no ano seguinte com um Lola T370, para só no terceiro ano terem um chassi próprio era o Hill GH1.
Matra 670 V12 vencedor de Le Mans 1972
O desafio estava a ser difícil pois os carros não eram competitivos e em mil novecentos e setenta e cinco, quando no "seu" Grande Prémio do Mónaco, que Hill já tinha vencidos por cinco vezes, e não se conseguiu classificar para a corrida, Graham Hill resolveu abandonar o volante, ficando com a gestão do Team Embassy e o acompanhamento da esperança inglesa na F1, Tony Brise.
O capacete de Damon Hill (filho)
Graham Hill também tinha um alvo na sua vida desportiva, as míticas 500 Milhas de Indianápolis, e em mil novecentos e sessenta e seis ao volante de um Lola-Ford conseguiu vencer, na frente de outro inglês Jim Clark num Lotus..
Outro dos alvos, também pelo mediatismo que tinham foi as 24 horas de Le Mans, e depois de duas participações sem sucesso em mil novecentos e cinquenta e oito, e mil novecentos e sessenta e seis com um curioso projecto do Rover / BRM Turbina, em mil novecentos e setenta e dois na competitiva equipa Matra, tendo como companheiro de equipa o francês Pescarolo conseguiram levar o Matra 670 V12 à vitória.
Josh Hill (neto) mantendo a decoração do capacete
Campeões do Mundo F1 Graham & Damon Hill
Com esta "simples" vitória Graham Hill tornou-se no único piloto a conquistar a "Triple Crown of Motorsport" distinção para o piloto que tenha ganho "Le Mans - Indianápolis-Mónaco" outros defende que seja " 24 horas de Le Mans - 500 milhas de Indianápolis - Campeão do Mundo de formula 1". Pois bem de qualquer modo Hill tem todos os requisitos, pois ganhou em Le Mans 1972, Indy 1966, Campeão do Mundo de F1 em 1962/1968 e venceu o GP Mónaco cinco vezes.
Hoje em dia Graham Hill tem um outro registo nas curiosidades da F1. É que do seu casamento em mil novecentos e cinquenta e cinco com Bette tiveram três filhos, duas meninas e um menino  a que foi dado o nome de Damon Hill e que cresceu no meio das corridas vindo a tornar-se piloto e conseguindo o título de Campeão do Mundo em mil novecentos e noventa e seis, pelo que são os únicos pai e filho a serem Campeões do Mundo de F1.
Uma outra curiosidade é o seu neto Josh Hill hoje já na formula 3, e quem sabe se poder vir a juntar-se a esta dupla de Campeões do Mundo.
Curioso é também a decoração dos capacetes, que tem passado de Graham para Damon e agora para Josh todos da "dinastia" Hill, e a causa de essa decoração vêm da outra grande paixão de Graham Hill, o remo.
Hill desde muito novo se integrou nas grandes equipas de remo de Inglaterra, primeiro em Portsmouth quando estava na Marinha Real, e depois em Londres. E foi em Londres, que Hill resolveu adoptar as cores e o design do Londres Rowing Club para o seu capacete, azul escuro com o branco das guias do remo.




Sem comentários:

Enviar um comentário