quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Miki Biasion

Massimo Biasion nascido em sete de Janeiro de 1958 na localidade de Bassano del Grappa, Italia foi carinhosamente apelidado pelos tiffosis por  Miki.
Fez parte da primeira grande geração de pilotos latinos, junto a Carlos Sainz e Didier Auriol, a fazer frente aos célebres "Filandeses Voadores" que dominavam o panorama dos rallyes até então.
Miki com o Opel Kadett GTE no inicio da sua carreia
O Lancia 037 do Jolly Club com que foi campeão europeu
O jovem Biasion começou nos anos de 1980 e 1981 no campeonato italiano, como privado, com um Opel Kadett GTE preparado pela Careniniu e um Opel Ascona 2.0i preparados pela Conrero. O primeiro grande passo na sua carreira foi em 1982 quando a Conrero, que fazia correr a Opel em Itália o "recrutou" para guiar no campeonato italiano o competitivo Ascona 400. Com ele Miki conseguia os seus primeiros resultados de relevo e o reconhecimento das principais equipas de rallyes a nível mundial.
O grupo Fiat precisava de um italiano rápido nas sua fileiras, que estavam completas com os filandeses que guiavam os Lancias Martini 037 oficiais (Markku Alen e Henri Toivonen) estávamos no inicio dos potentes grupos B e do inicio da tracção integral inovada pelo Audi quattro. 
Lancia Delta S4 grB um monstro na estrada
Com o Lancia Delta HF 4WD o seu primeiro titulo mundial
Para segurar o jovem Miki em 1983 a Lancia através da sua equipa semi-oficial Jolly Club foi busca-lo à Conrero para fazer o campeonato italiano e europeu com o seu Lancia 037. Miki manteve-se na Jolly Club até 1985 e durante esse tempo conseguiu um campeonato italiano e um europeu (1983)
sempre com o Lancia 037 apenas com tracção traseira que apesar de muito eficaz começava a ser difícil segurar os Audi e os recentes Peugeot T16.
Em 1986 foi promovido para a casa oficial (Lancia / Martini) começando ainda no 037 a fazer a sua "rodagem" pelo mundial da especialidade, quando a Abarth já trabalhava num carro de tracção integral para fazer face aos seus rivais, pois até já no alcatrão começava a ser difícil bater as novas evoluções da Audi e da Peugeot. Biasion iria manter-se na Lancia até 1991, conheceu a glória e o fim dos fabulosos grupos B, o início e desenvolvimento dos grupos A quando os B foram banidos das competições. Miki foi subindo na hierarquia da equipa, fruto da sua evolução e das mortes de Bettega e Toivonen. Biasion deixou de ser o piloto regular que marcava pontos para a equipa, enquanto Alen ou Kankkunen discutiam as vitórias para passar ele mesmo a discutir essas vitórias. 
Lancia Integrale 16v com esta decoração só em S. Remo
Temos que dar todo o mérito a Biasion porque tanto nos tempos dos potentes grupos B como nos grupos A lutou pelas vitórias contra a legião de filandeses (Alen, Toivonen, Kankkunen, Salonen, Mikkola e até Vatanen) e também das revelações que iam aparecendo (Sainz, Auriol, Rohrl, Mcrae, Solberg e Burns) tendo conseguiu dois títulos mundiais em 1988 (Lancia Delta HF 4WD) e 1989 (Lancia Integrale).
Miki em bom estilo no Sierra em Portugal
Depois da abolição do grupo B a Lancia com os Delta de grupo A começou uma evolução que foi do primeiro modelo o HF 4WD com perto de 250hp até acabar no Integralle 16V que tinha 300hp, valor que nunca ninguém acreditou mas que era o máximo autorizado pelas novas regras do grupo A, têm uma grande quota parte de Miki na sua desenvolvimento.
Com o Escort RS Cosworth em Monte Carlo
Em 1992 Biasion cortou o seu cordão umbilical com a Lancia e assinou um contrato com a Ford, na altura foi o contrato financeiramente mais alto que se realizou. A Ford começava a sua nova aventura nos rallyes com o modelo Sierra rs cosworth 4x4. Foi preciso pouco tempo para Miki ver que o dinheiro não é tudo e o Sierra era francamente um carro mau, com a vinda do Escort rs cosworth os resultados melhoraram, o Escort era um carro mais competitivo que o Sierra mas dificilmente chegava para os Toyota, Subaru e Mitsubishi. Até ao fim de 1994, ano em que acabava o seu (bom a nível monetário e mau a nível desportivo) contrato com a Ford Miki foi-se arrastando sem grande glória pelos rallyes do mundial.
Foi então que Massimo Biasion resolveu pôr fim a sua brilhante carreira de piloto profissional de rallyes. Foi sem dúvidas a par de Sandro Munari o grande representante dos pilotos italianos no mundial da especialidade e sempre contra adversários e colegas de equipa do melhor que houve nos rallyes mundiais. Como um piloto de rallyes precisa de navegador, não podemos esquecer Tiziano Siviero seu fiel companheiro ao longo da sua carreira, até hoje. Por motivos de saúde Siviero só não fez uma prova, precisamente o Rallye Vinho do Porto de 1988 em que Carlo Cassina se sentou no banco do lado direito.
Miki e a sua nova paixão
.Depois de uns anos de descanso, e com um espírito completamente diferente Miki resolve ver como são as corridas de TT em especial a aventura do Dakar.
Mantendo a ligação à sua casa (Fiat) Miki foi em 2001 ver como era o Dakar mas com um ... camião Iveco !!!
Esta é a Iveco que Miki quer levar à vitória no Dakar
Surpresa ou talvez não Miki por lá se foi mantendo, tendo apenas em 2003 com a Mitsubishi e 2007 com um Fiat Panda (??????) não ter corrido de camião.
Tem sido, até hoje a sua nova luta tendo a equipa Iveco sofrido grandes evoluções e nos últimos anos com a ligação da Iveco a De Roy os protótipos dos camiões Iveco serem dos mais temidos na sua categoria.
Claro que a Iveco tem explorado bem esta ligação, pois não é todos os dias que se tem um piloto com as credenciais de Biasion ao serviço do marketing da empresa. 
Será que ainda vemos Massimo Biasion, nesta sua segunda juventude, vencer a categoria camião no Dakar?
Eu sinceramente acredito que sim.

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