segunda-feira, 23 de novembro de 2015

John Barnard

John Barnard vai ficar para sempre ligado à formula 1, por duas inovações suas que viraram "ordem" na formula 1. Quando da sua segunda passagem pela McLaren, em 1980, foi o "pai" do chassi em fibra de carbono, que no ano seguinte já todas as marcas o copiavam. Anos mais tarde na primeira passagem pela Ferrari cria mais uma "moda" na formula 1, a caixa de velocidades semi-automática, que tal como em oitenta o chassi de carbono, no ano seguinte já toda a gente usava.
O McLaren M23 foi um projecto vencedor
Nascido a quatro de Maio de mil novecentos e quarenta e seis, em Wembley - Londres, formou-se em 1960 no Watford College of Technology.
O Parnelli VP J4 era uma "evolução" do McLaren
Em 1968 a Lola Cars contratou o jovem Barnard para fazer parte da equipa que desenvolvia os Lola T70 e T160 Can-Am. Foi lá que conheceu outro jovem que viria a dar que falar na formula 1 Patrick Head. 
Johnny Rutherford e o Chaparral K2
Em 1972 dá-se a sua primeira passagem pela McLaren, onde debaixo das ordens de Gordon Coppuck durante três anos, integrou a equipa que desenvolvia o projecto do M23 e os carros de formula Indy.
O chassi MP4/1 de carbono para a McLaren
Entretanto, por dar nas vistas com os projectos indy da McLaren, Parnelli Jones que preparava a sua aventura na formula 1, contratou John Barnard para projectar o Parnelli VP J4, que guiado por Mario Andretti em 1975 conseguiu um quarto lugar no grande prémio da Suécia.
Sempre a ser reconhecido como um talento crescente, a Chaparral foi contratar Barnard em 1980 para chefiar o projecto da Indycars e com sucesso pois logo nesse ano Johnny Rutherford, com o Chaparral 2K, além de ganhar as míticas 500 milhas de Indianapolis, também ganhou o campeonato CART.
Com todo este sucesso nos EUA a renovada McLaren com Ron Dennis a chefiar, e sem problemas de orçamentos,  no fim de 1980 fez uma proposta aliciante a Barnard, para ir chefiar um projecto inovador.
O McLarem MP4/1 completo com John Watson
Watson e Barnard falando do MP4/1
O Ferrari 640 foi o primeiro a ter caixa semi-automática
Começa assim a grande revolução na concepção de chassis. Até aqui eram feitos em aluminio tipo ninho de abelha, mas com Barnard um estudioso dos novos materiais compósitos, projectou o primeiro chassi todo em fibra de carbono, o MP4/1 que iria mudar a história dos chassis na formula 1. Inicialmente os chassis eram fabricados nos EUA pela Hercules Aerospace um dos patrocinadores da McLaren muito avançados técnicamente nos novos materiais compósitos. Assim nasceu o McLaren MP4/1 entregue a John Watson e Andrea de Cesaris, com um motor Ford Cosworth, e desde logo se mostrou competitivo. Segundo Barnard a fibra de carbono era mais leve que o alumínio e mais resistente que o aço, e a resistência era fundamental por causa da torsão e forças G que estavam sujeitos os chassis nas curvas de alta velocidade e não só.
1990 Benetton B190 e Piquet foi o desafio de Barnard
O B190 foi o seu último projecto na Benetton
Claro que no ano seguinte já todas as equipas tinham, melhor ou pior, os seus chassis em fibra de carbono. Apenas uma questão se levantava, que era a segurança !!!  Isto é como seria a reacção desses chassis à absorção no choque. Tudo ficou arrumado quando em 1981 Watson sofreu em Monza um violento acidente a alta velocidade e saiu do mesmo pelo próprio pé sem uma beliscadura. Estava dada a resposta final ao chassi de carbono. Pelos lados da McLaren, quando trocou o motor Ford pelo TAG/Porsche este conjunto "só" rendeu trinta e uma vitórias e três títulos mundiais (1 de Lauda 1984 e 2 de Prost 1985/86)
Jean Alesi ao volante do Ferrari 412 T1B
Com todo o sucesso que trazia atrás podemos afirmar que a sua primeira passagem pela Ferrari em 1986, pelo menos em termos de resultados não acompanhou o seu passado. John Barnard nunca se habituou ao modo de trabalhar dos italianos, e foi debaixo de grande polémica que conseguiu com que a Ferrari transferisse o gabinete de projectos para Inglaterra em 1988 (Guildford - Ferrari).
Mas em 1989 vêm a segunda grande invenção do génio Barnard ao conceber a revolucionária caixa de velocidades semi-automática. Era uma caixa comandada hidraulicamente  por patinhas colocadas ao lado do volante, que permitiam a troca de velocidades sem tirar as mãos do volante e apenas com um ligeiro toque na patilha. Foi no Ferrari 640 para Mansel e Berger onde seria montada a primeira caixa, e Berger depois daquele horrível acidente em Imola, que ficou inconsciente no carro a arder e lhe provocou queimaduras nas mãos, foi o primeiro a beneficiar dessa inovação visto ter regressado muito mais cedo que o previsto porque não precisava de esforçar as mãos ainda debilitadas para trocar de mudanças.
O seu último Ferrari o F 310B para Shumacher
Em 1990 Alain Prost, que já tinha trabalhado com Banard na McLaren, assina com a Ferrari, mas contra o previsto John Banard assina com a Benetton.  Projectou o novo Benetton B190 com que Nelson Piquet nessa época arrecadou algumas vitórias.  Em 1992 ainda na Benetton, com o novo B192 e já com Shumacher ao volante, quase conquistou o título mundial.  Flávio Briatore era o homem forte da equipa, e John Barnard acabou por abandonar a equipa, no fim da época, por não chegar a acordo com Briatore em questões de salário.
A aventura como independente
O último formula 1 projectado por  Banard o Arrows A19
Em 1993 vai de novo para a Ferrari, onde milita o seu "velho" amigo Berger e que através do novo projecto de Barnard o  Ferrari 412 T1B, volta a andar nos primeiros lugares, assim como Jean Alesi seu colega .
Em 1996 houve uma grande revolução na Ferrari, pois os accionistas estavam fartos de "enterrar" dinheiro na Scuderia e o retorno em vitórias e títulos era muito fraco. Foi então que os dois pilotos saíram, a equipa passou a focar-se principalmente num piloto, que passou a ser Shumacher e o segundo piloto seria mesmo segundo, estaria ali para ajudar o líder. Entrou também para chefiar a equipa  Jean Todt e para chefiar os projectos outro inglês em alta Ross Brawn. No ano de 1997 sai o último Ferrari com a assinatura de Barnard o F 310B. Como seria de esperar a reorganização da equipa "obrigou" o centro de projectos a regressar a Itália para estar tudo a trabalhar em conjunto, o que claro não agradou a Barnard.
Com Kenny Roberts nova aventura
Em 1988 Barnard negociou com a Ferrari a sua saída e a compra do centro de projecto em Inglaterra, que passaria a ser seu com o nome de B 3 Tecnologies.
O carbono no mobiliário by John Barnard
Agora John Barnard fazia como freelancer projectos para qualquer marca, sem estar directamente ligado a ela. E assim foi quando projectou para a Arrows o último formula 1 com a sua assinatura o A19 para ser guiado por Pedro Paulo Diniz e Mika Salo.
Em 2001 vêm um novo projecto, este totalmente novo, para John Barnard, o motociclismo, pois foi convidado por Kenny Roberts para ser director técnico da sua equipa o Team KR / Proton.
Em 2008 John Barnard vende a sua B 3 Technologies e volta a dar uma volta de 180º à sua vida ao formar uma nova empresa de designers de mobiliário.
A nova aventura tem nome chama-se Terence Woodgate & John Barnard e ainda continua a inovar no desenho e na matéria prima das peças. Voltamos às origens, pois John Barnard anda a aplicar o carbono nas peças de  mobiliário.





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