sábado, 19 de dezembro de 2015

Michele Alboreto








Nascido em Milão no ano de mil novecentos e cinquenta e seis , Michele Alboreto era filho de uma família de apaixonados pelo desporto automóvel, pelo que cedo começou a ir para Monza com a sua família ver corridas. O seu piloto preferido era Ronnie Peterson, daí a decoração do seu capacete em amarelo e azul como homenagem ao sueco. A sua outra grande paixão era o futebol que praticava, até o dia que começou a fazer provas da formula monza em mil novecentos e setenta e sete. Os formulas monza eram pequenos formulas com motor Fiat 500cc de dois cilindros, que cedo se revelaram insuficientes para as aspirações de Alboreto, pelo que seguiu para as formulas acima até ao ano de mil  novecentos e oitenta em que foi campeão europeu de formula 3.

Alboreto com o March de F3 que foi Campeão da Europa
Essa vitória assim como o segundo lugar do campeonato italiano de formula 3, abriu-lhe as portas para um teste na Tyrrel e com isso a sua entrada para a equipa inglesa em mil novecentos e oitenta e um.
Tyrrel  011 a primeira vitória em F1
Além da Tyrrel com quem assinou por três anos, Alboreto também assinaria por igual período com a equipa Lancia / Martini de resistência. Nesse primeiro ano Alboreto guiou o Tyrrel 010 e depois o 011 no ano de aprendizagem para a formula 1, em contrapartida com o Lancia Beta Montecarlo grupo 5 e na companhia de Eddie Cheever e Carlo Facetti foi segundo da classe e oitavo da geral em Le Mans. Começa aqui uma grande história de amor por Le Mans.
O bonito Lancia/Martini LC1 que Michele guiou em 1982
O seu primeiro Ferrari o 126 C4 em 1984
No ano seguinte, mil novecentos e oitenta e dois foi o seu ano de afirmação na formula 1, pois com o 011 bem desenvolvido, embora a lutar com a falta de cavalos perante os outros carros com turbo, possibilitou a Michele a sua primeira vitória em formula 1, no circuito desenhado no parque de estacionamento do Caesars Palace em Las Vegas, que mais parecia um kartodromo. Na equipa Lancia o ano era de estreia do novo LC1 grupo 6, pelo que os resultados também se sentiram disso, e a segunda presença em Le Mans com Teo Fabi e Rolf Stommelen quedou-se por uma desistência. Com os bons resultados da F1 Alboreto começou a ser cobiçado por muitas equipas, uma delas, a Ferrari, chegou a propor a "compra" de Michele à Tyrrel, mas tal não foi possível, pois a exigência de Ken Tyrrel era só a dispensa dos motores Ferrari turbo para equipar os Tyrrel. Alboreto enviou uma carta ao Comendadore a dizer que compreendia a sua posição, mas que ele não iria por uma questão de princípio
O seu último Ferrari o 88C em 1988
rescindir com a Tyrrel, o que deixou o Comendador Enzo Ferrari com um apreço ainda maior por Michele Alboreto, ao ponto de dizer:-"Quando Michele acabar o seu contrato terá um lugar na Ferrari à sua espera". Michele lá seguiu para o seu último ano de contrato com a Tyrrel que começou com o fiável 011 e que Alboreto conseguia outra vitória e novamente nos USA em Detroit. No seu último ano também com a Lancia, voltou a abandonar em Le Mans como novo Lancia LC2 agora equipado com um motor Ferrari V8 2.6 turbo de grupo C, desta vez na companhia de Piercarlo Ghinzani e Hans Heyer.
Com o Tyrrel 018 começou a época de 1989
Com o Lola/Lamborghini acabou a época de 1989
O Footwork/Porsche que tinha tudo para dar certo.
Vêm o ano de mil novecentos e oitenta e quatro, e como prometido a Ferrari tinha um lugar à sua espera, até porque tinha perdido uma grande referência no ano anterior, Gilles Villeneuve, e precisava te "tapar" esse lugar.  Alboreto ao sentir o "peso" da Ferrari e dos tiffosi resolveu centrar a sua carreira só na formula 1, deixando Le Mans por uns tempos de fora. Os seus cinco anos na Ferrari foram marcados por grandes momentos, conseguiu obter três vitórias e dezasseis pódios, mas nenhum título relevante, o melhor foi mesmo um vice campeonato atrás de Prost e o McLaren, em mil novecentos e oitenta e cinco.
O Lola/Ferrari da Scuderia Itália apenas era bonito
Depois de negociações com a Williams, para o ano de mil novecentos e oitenta e nove, que não chegou a bom porto, acabou por assinar novamente com a Tyrrel, mas não acabaria a época na Tyrrel. A meio do ano um novo patrocínio por parte da Tyrrel entrou em "choque" com o de Alboreto e Ken Tyrrel recusou negociar com o patrocínio de Alboreto pelo que levou a que o italiano deixa-se a Tyrrel e acabasse a época no Team Larrousse com um Lola LC89/Lamborghini V12.
O Minardi M194 foi o último F1 que guiou
A Footwork Grand Prix International apresentou um projecto ambicioso a Michele Alboreto para os próximos três anos, que o levou a assinar. Começariam no primeiro ano com um Arrows A11B para no segundo ano já terem o seu carro o Footwork FA12 movido por um motor Porsche V12. Os resultados desses anos foram desastrosos, pois o melhor desses anos foram por três vezes acabar em 5º lugar e em vinte e três grandes prémios ou desistiram ou não se classificaram!!!
Apenas no último ano com o modelo FA13 equipado com um motor Mugen/Honda V10 bem mais resistente, conseguiu apenas duas desistências e dois 5º lugares (dos três em três anos).
Em mil novecentos e noventa e três aceitou o convite da Scuderia Itália para pilotar o Lola T93/30 com motor Ferrari V12, mas também sem grande sucesso, com desistências e sem nunca ter acabado nos dez primeiros.
O Alfa Romeu 155 V6 DTM não foi o que Michele queria.
Team Scandia formula Indy em 1996/97
O seu último ano na formula 1 foi o de noventa e quatro com a modesta Minardi. O fim de Alboreto na F1 estava marcado, pois as equipas de ponta já não procuravam por Michele. Mesmo assim no fraco Minardi M194 ainda conseguiu no Mónaco, o circuito dos pilotos, um motivador 6º lugar, mas o seu tempo como piloto de formula 1 tinha chegado ao fim.
Vitória em Le Mans 1997 com  o Joest Team
Em mil novecentos e noventa e cinco Michele resolve relançar a carreira agora nos carros de turismo com a Alfa Romeu que com o modelo 155 resolveu apostar no DTM, mas sem sucesso, pelo que volta a repensar a carreira e "apontar" novamente para as corridas e resistência, ao mesmo tempo que com o "bichinho" dos formulas a atacar resolve também fazer uma experiência pelas terras do "tio Sam" com os formulas Indy.
Na ALMS com Joest Team e o Porsche LMP1
Com trinta e nove anos Michele Alboreto assina com a Joest Racing que fazia correr os TWR/Porsche no campeonato de resistência e nas ALMS-American Le Mans Series, ao mesmo tempo que, como já fazia uma parte da sua vida nos USA, também assinou pelo Team Scandia  que fazia correr um Reynard na formula Indy.
Com o Audi R8 em Le Mans 1999/2000
Alboreto esteve dois anos com este programa, e se na formula Indy não foi fácil tendo apenas conseguido por uma vez um 3º lugar, nos sportscars a conversa era diferente e no segundo ano na equipa Joest, em mil novecentos e noventa e sete, na companhia de Stefan Johansson, que já tina sido seu colega na Ferrari, e de Tom Kristensen venceu as 24 horas de Le Mans com o TWR/Porsche WSC95. Também nos USA eram equipa de ponta com a versão ALMS do TWR/Porsche e no ano de mil novecentos e noventa e oito com o novo Porsche LMP1 da Joest Racing. Em termos de Le Mans estas três participações com a Joest Team saldou-se por uma vitória como já referimos e duas desistências.
O Audi R8 na ALMS em Sebring 2001 ultima vitória
Mil novecentos e noventa e nove, um ano muito importante na sua "renovada" carreira, pois com os sucessos conseguidos no Team Joest, a Audi contratou Alboreto e toda a sua experiência acumulada para desenvolver o modelo R8. Foi o regresso de Michele a um grande construtor. O programa da Audi, também consistia em Le Mans e no ALMS e Michele fica por duas vezes seguidas em 3º lugar na 24 horas de Le Mans com o Audi R8 e com Rinaldo Capello / Laurent Aiello em noventa e nove e no ano dois mil com Christian Abt a juntar-se a Capello.
Dois mil e um era o ano para tentar nova vitória em Le Mans. Era para isso que a equipa se focava, quando depois de uma saborosa vitória nas 12 horas de Sebring com a "velha" dupla Capello/Aiello, se encontravam em testes na Alemanha, no rapidíssimo circuito de Lausitzring.
O Audi R8 após o acidente reparem que o pneu traseiro esq. desapareceu
No dia vinte e cinco de Abril quando os testes se centravam na velocidade de ponta, na recta da meta de Lausitzring, quando circulava a uma velocidade superior a 300 km/hora um pneu rebentou ao pisar um objecto na pista, e fez com que o Audi R8 levanta-se voo, capotando várias vezes e parando quando embateu no rail.
Terminava assim de forma inglória a carreira de um grande piloto e principalmente um grande homem, um homem de princípios e de palavra ... Michele Alboreto.




Sem comentários:

Enviar um comentário