terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Mas qual futuro?


Pois é amigos estou a ficar farto!!!
E de quê?
Perguntam vocês. 
Queres ver que este "gajo" agora vem com politica para o blog?
Não, amigos, não, jamais iria trair a nossa causa.
Estou a ficar farto, usando um dito bem português, de nadar, nadar, nadar e ... morrer com a praia à vista!
Felipe Albuquerque
Pois é isso que infelizmente acontece: quando os pilotos portugueses estão prestes a projectar-se no panorama internacional, quando estão prestes a subir o último degrau, como que por magia acaba tudo e a esperança acaba por desaparecer.
Não seria também altura da renovada FPAK -  dirigida atualmente por alguém que conhece bem os meandros do desporto automóvel -  ajudar a projectar a imagem dos pilotos lá fora?
João Barbosa
E isto porque acabei de ver, numa conceituada revista estrangeira da especialidade, que Filipe Albuquerque irá tomar o lugar de Tom Kristensen, na equipa Audi no WEC. Pergunto:
- Não deveria, por mérito próprio, já lá estar faz tempo?
Penso bem que sim, por tudo o que tem feito com os vários modelos da Audi, mas ... ok que seja agora que já seria muito bom.
  Vejamos o caso do João Barbosa -  embora merecendo muito mais, é piloto profissional, isto é pagam-lhe para guiar, coisa que faz primorosamente, como prova o facto de ser campeão nos EUA no United SportsCar Championship. 
  Vejamos também Pedro Lamy -  já está há alguns anos na Europa, passando por grandes equipas com óptimos resultados e vários títulos. Quando chega a altura das escolhas, a questão da bandeira tem sempre influência. Lá vêm sempre um francês ou um inglês que guia menos, mas que tem um mercado maior. Mas de qualquer maneira o Pedro também é piloto profissional e numa boa equipa, a Aston Martim, mas numa classe inferior. Por certo merecia pela sua rapidez, pela sua experiência, uma equipa de topo nos LMP1.
Pedro Lamy
Vejamos agora Alvaro Parente -  embora com um contrato assinado para a McLaren, sendo seu piloto oficial nos GTS, também merecia, por tudo o que já fez, uma actividade mais regular.
Albaro Parente
O Team BIP primeira grande aposta internacional.
Porque temos que recuar aos anos 70, quando o Team BIP (banco intercontinental português) juntamente com o seu mentor e piloto Carlos Gaspar juntaram aos Lola T-292 os pilotos Jorge Pinhol, Carlos Santos e António Santos Mendonça e fizeram grandes exibições no então Campeonato Sport Prototipos, classe 2 litros. Este  campeonato era bastante concorrido e muito profissional.
   Depois de um interregno vejamos o caso de António Simões: foi "desbravar mato", para o difícil campeonato inglês de fórmula Ford, chegando inclusive à Formula 3 e na melhor equipa; mas depois lá veio o eterno problema - o dinheiro -  e a carreira internacional acabou.
Mais ou menos o mesmo caminho, embora sem o sucesso de Simões, foi seguido por Pedro Castro Santos, Pedro Couceiro, Manuel Gião, Frederico Viegas e Rui Águas, embora este se mantenha em actividade com um Ferrari nos GTS

Pedro Matos Chaves
Pedro Matos Chaves -  fez o percurso de Simões e logo a seguir ainda conseguiu como piloto pagante chegar à Fórmula 1 pela modesta Coloni que foi um falhanço total. Seguiu depois e com bons resultados a sua carreira no EUA onde na formula Indy light chegou a tirar resultados significativos. No entanto, por falta de verbas, não conseguiu dar o salto final para a Indy.
António Simões
O outro piloto que, quanto a mim, está na "corda bamba" é o Félix da Costa. Sem duvidar das suas capacidades, provavelmente vai passar ao lado de uma entrada na Fórmula 1, porque as tais bebidas do touro vermelho vendem mais na Rússia que por cá.
António Felix da Costa
Deixei para o fim o Tiago Monteiro, por ser um caso diferente. Tiago começou muito tarde nos automóveis, não teve a escola dos karts e dos fórmulas, mas conseguiu, talvez também por viver desde sempre em França, conseguiu chegar à Fórmula 1, na Jordan equipa do meio da tabela, embora como piloto pagante, mas ao redireccionar  a sua carreira, e bem, hoje é piloto oficial da Honda no WTCC.
Estou apenas a referir os pilotos de velocidade.
Nos rallyes, que guardo para uma outra crónica, também tivemos e temos pilotos que passaram pelo mesmo problema.
Resumindo, temos bons pilotos, pilotos com muito talento, mas ... não temos dinheiro para os lançar !!!
Tiago Monteiro
O dinheiro como suporte dos pilotos, negociado com as principais empresas portuguesas, que ajudaram os pilotos a ir subindo e, quando chega o último degrau,  já não têm tesouraria para isso e o sonho acaba aí.
E agora com a crise, já nem as tais grandes empresas apostam nos nossos pilotos, por isso o futuro ... já era.

1 comentário:

  1. Pode ser que com a presença do MacNamara e a projecção que tem dado ao país, a coisa tome outro rumo!!!

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